quarta-feira, 24 de outubro de 2018

ALTO-RELEVOS CONSTRANGEDORES

Há algo em potência
dentro do subconsciente,
provedor de Fogo.
Porte de arma de fogo
aliada de bichos noturnos
que saem da Boca
sonhando as formas do mundo
em estado de lava fumegante.
A ação da matéria, em ebulição, 
e embrutecida pela metáfora,
forja a VONTADE no CORPO.
Com olhos profundos, ELA VEM...
sozinha, experiente, calada
ao contado de outras bocas, 
coleando nervos à mostra
nos seus balanços, nos seus
jogos de holofotes cruzados,
como se secretasse, à distância,
num fiapo de paisagem lúcida,
escritórios de mil fichas
na roleta russa de todos os alarmes.
Lojas repletas de jogos humanos
tentam a proteção, contra o Sinistro.
O cuidado com os pontapés
da morte, impera no extremo das ameaças.
A solução (dizem) é o cerco
da Justiça, contra as injeções
de seiva no vazio luminoso
que dispara a energia condensada
num fundo de Sombra. Mas o fato
é que enquanto as coxas dela calam
certa postura nupcial, alto-relevos
constrangedores crepitam nela,
na tapera do sonho que a tensiona.

Num canto da noite, onde 
tudo isso começou, um LAGARTO,
praticamente imóvel e 
concentrado na própria chama,
 sorve essas imagens do ABSOLUTO
como se bebesse uma sopa.

K.M. 

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