quinta-feira, 9 de agosto de 2018

AMOR CORTÊS, PRESA FRIA...

A noite não é tão fácil
como imaginam: não tem fundo
nem tempo. Nela, o amor
perde seu hálito covarde
(subornável, insone)
e os lábios afastados se reconciliam.
Se antes era o caçador quem corria,
agora é a presa quem planeja, FRIA,
plantando notícias inoportunas
e presságios confirmados por ousadia
na noite da minha medula.
Agora, para instalar meus dentes em ti,
a fome me obriga a repelir a gula...
seu rangido invisível tece, pula
contra o ar de toda angústia,
até achar uma posição cômoda
na qual filtrar as notícias do dia.
Vivendo nela é que existia tudo
que compuseste com alegria:
todo aquele teatro suspeito
de sugestões e conselhos me persuadia,
inventando atalhos calmos o bastante
para computar nossa história, que ''ria''.
Tapeçaria onde as surpresas de linha e cor
retratavam o mundo das intelecções sadias,
das oscilações de humor, dos sentidos abertos à flor
das letras em ação cortês. TOCANTE!
Ali até as vossas críticas se fantasiam
no movimento rápido do teu aceno,
girando na rosa de teu nome, no meu veneno!

K.M.

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