Dapertutto, Dorian Gray e Iokanan.
Lições duramente aprendidas na fronteira
sino-soviética, ou no Canal do Panamá
com os Demônios, de Dostoiévski,
no colo, e um rifle de caça do Canadá:
que as moças russas são como
todas as outras, e o Demônio em si
mais sanguinário que as armas da Otan
e a reunião de cúpula árabe juntas.
Não, não temo a publicidade! Agora
é a minha vez de assustar: proponho
micro-soluções de encomenda
para os macro-problemas aumentar.
Vacilar, blefar, recuar e desistir é
TÃO ELEGANTE!, no entanto, o mundo
resiste às cartas que escrevo de Damasco
à meia-noite, tão embriagado
que só Goya saberia me representar.
Telefono para Moscou, uma da manhã,
calcinado pelos químicos da General Motors
e o Mercado Comum Europeu. Insisto...
Príncipe das Trevas, bajulo e ironizo
cada esforço benéfico da Terra
(até os charcos da Zona da Mata mineira,
onde os meninos exportam rãs
alucinógenas para a mídia americana);
habito o vestíbulo de tudo que fede
na sombra supérflua da televisão:
as mãos recém-urinadas no calção,
demagogia punheteira de plantão
no conto de Hoffman, às três da manhã.
E também estou na lista dos Cagliostros,
dos magos negros e Lysiscas, esperando
que a fama mundial venha, gota a gota,
me pregar na cadeira gestatória
do triunfo megalomaníaco, lei do deserto.
Além da janela, o Nevá fumega
em vagas sucessivas, enquanto escrevo...
Talvez seja logo compreendido, nesse ritmo,
e a cada risada que recolha do lixo
um de meus eus seja assasinado.
Está próximo o dia do reconhecimento,
Mefistófoles, de sua persuasão extremista,
e o Inferno de Tsushima também está aqui.
O sorriso de Tâmara do Demônio
boceja e dissimula no gran finale,
a carne quase transformada em espírito.
K.M.
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