não resistem em pé aos meus assuntos,
ao meu passo que marcha ao precipício
macabro da vastidão. Só aprendi a amar
a carne crua, esse acúmulo rijo de ti
derramado na sombra do que não foste.
A noite vampira é como uma floresta
de carne viva. Depois, vem o deserto
da tumba, e a sangue-frio cai
a circulação de estro sinistro.
Na tumba, o vampiro ultrapassa o tempo
sangrando a veia virgem do momento
com seus versos, vazio que o marca no espelho.
O dragão da verdade e da mentira
envolve o próprio corpo em cúmulos
de livros abertos, álcool e nicotina,
escapando sozinho num trem sem trilha.
No domínio do ''Tempo de Sobra'', o vampiro
lança suas sombras em águas longínquas,
e de tanto que dorme acordado, corre
com a cama infindos caminhos.
O coração em seu peito está morto,
obviamente, não sabe se vale a flor que espreita.
Apenas ressuscita-o à força, sem jeito,
e na escuridão fria é como um cego que vê.
Coração morto, morro de vergonha de você!
Não pergunte por ele a quem não sonha,
o mundo inteiro avança em sua fome de bronha.
A Cruz que o encime após o Sono, insone
e entregue à sorte, não tem calma sua fome
nua de Vênus. Nascido da morte, esse coração
de vampiro come cru o próprio veneno.
O dente dói depois, mas ele diz consigo:
''Sei todas as formas de tudo
ficar tudo bem. Tudo bem?
Talvez. Não sabia que a morte
morreu foi comigo (e de vez)?
Contudo, estou vivo de tudo..
Mas é de tudo o que digo...
de mim mesmo? SIM!
E de você? Também,
MAS NEM LIGO! Amém.
Sou dragão de vastíssima peripécia:
de descontente, queimo a Capadócia;
de ciúme, emporcalho toda a Grécia''
K.M.
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