Afinal já regresso
ao tempo verde das andorinhas.
A amada emudece um rio inteiro
apagando os rastos da minha fala saudosa.
Uma paz coroada de folhas novas
nos roça a face com que a beijamos,
como se beija uma nuvem na tardinha.
Sorrimos, pois vimo-la criar folhas com sua seiva e
''temos cuidados especiais com sua segurança''.
''De repente, sentimos um arco ligando ao céu
nossa medula, e no fundamento do ser a hora fulgura''.
Tendo a noite ficado para trás, ela subsiste ainda
na minha íris madura, a censurar-me fortemente.
A perturbação de entrar no seu quarto silente
e penitenciar-me com sua delícia sonâmbula:
animal terrivelmente adulto a espreitá-la
a noite inteira, sorrindo como quem
a si mesmo se revela. Vingado de tudo com o arrepio
com que se vai à caça, e perdido no abandono de NÓS
em que se esfuma nossa posse agora.
Mas agora nos sabemos pensados naquela região,
ainda que admitidos somente no rasto
de outras coisas, BEM MAIS AGRESSIVAS.
K.M.
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