e agora acontece com este poema
pressentido nas aragens conversadeiras:
o processo criativo, alimentado
por um silêncio decisivo, é mais importante
que o próprio poema. E acontece também
com a moda dos tele-jornais, e com as moças
fáceis de se drogar com ela...
Pergunte aos profissionais da solidão
pelas coisas impregnadas de sono
concetradas no fogo do coração;
e quantos falsos começos começaram
desde então, e perceberás que o tempo
de todo começo é uma ilusão.
Comece medindo a altura do teu sono
e discutindo o preço da vida com cuidado.
Pergunte ao teu vago despropósito
de captar certezas maiores que a calma,
quantas presenças fantasmagóricas
cabem no seu coração, sem vergonha
ou medo de vê-lo totalmente encurralado.
Tente despertar as coisas molhadas de chuva
com a decisão subterrânea do teu corpo;
um pouco de lama invisível na cama
tornará visível sua decisão, no seu mundo
de tantas alternativas, de repetidos NÃOS
fluindo nos canais neutros da vida.
Só é possível quebrar esta rotina com um golpe
do corpo contra o silêncio: se o sucesso não chega,
não precisa mais lutar, é porque teus sentidos
o perderam de vista na hora de me pagar.
Todos teus risos fáceis, depois, serão numerados
pelos carimbos dos Bancos, na hora de sonhar.
Única forma tranquila de não saber
mais nada do que está acontecendo com você.
K.M.
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