chefiavam anonimamente meu espírito,
diluído no tráfego das cinco.
Os condenados eram belos como Kafka
e a única opção coerente de desvio
era a morte certa na linha férrea.
Bela, também, era a paz da minha cerveja
na ALA NORTE, onde um passo a mais
para dentro do poço, revelaria a flora intestinal
de todos os abismos morais:
do povo da rua, sem dentes,
aos murros das mulheres abandonadas.
As notícias, sozinhas, não estavam
fazendo as crianças crescerem sadias?
Mas com essa queixa repugnante
a baba verbal lhes escorria no queixo,
usando estratégias como desculpas
até os jornais sobrarem na Terra
(às mesas limpas, de fato,
ninguém presta muita atenção:
as emergências políticas se tornam tão rotineiras
quanto as mínimas perturbações
no reino das coisas compradas).
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