em sua amável ira,
esmagava as borboletas recém-nascidas
e partia paara cima do bicho
na terapia intensiva
perfurando seus olhos
e arrebentando, com uma pedra,
a grande cabeça sem sentido.
Depois, ajustava o capacete
até estalar o crânio, lembrando
o ''assalariado ruído'' de alguém
enlouquecido num carro que se afasta
cuspindo corpos estranhos pela estrada.
Ao volante, se perguntava:
''Deu branco no teu desespero( ?),
aquele branco pálido de medo
que só as armas brancas provocam(?) ''
Ninguém mais sabia calcular
qual o volume de vômito
que ele prendia no esôfago
com a mão suicida apertando o pescoço.
Ensaiava na sombra sua sanha
de pressentimentos, tão maravilhosamente
CALADO, que todos também pressentiam
o que estava por vir, na crítica implícita:
''A cerveja'', ele dizia '' é boa, porém
APODRECE NA BOCA
na hora de falar de amor''.
A vaidade acumulada
por tantos touricídios
o transformara num touro pesado,
numa criatura enorme e esmagante,
sempre desabando, em meio à tréguas
MORNAS e IMPRESTÁVEIS
onde ele se limitava
a esmurrar os pequenos
sem nenhum perigo. Depois,
olhava com pena
as pálpebras verdes se fechando
sem considerar os efeitos combinados
dos pudores femininos
com a ocasião propícia
para citar Fausto.
K.M.
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