pelo Inferno, se assombravam
quando eu lhes estendia a mão:
tangia-os quase sem olhar,
com gestos de enfado no meio do poema.
Havia baratas nas cinzas da repartição,
que Kafka fazia circular tontamente
nas frentes de trabalho, com um
rápido cochilo de maldade, convidando
a estarem consigo em seu sufoco.
Depois de haverem-se traído, ''cor-
rompido'' e enmerdecido ao extremo,
eram perfeitamente entendidos.
A realidade das pequenas vinganças
caía calma no meio da fumaça.
A paciência tornava-se feroz
como uma conjuntura desolada,
enquanto um pito infame de justiça
propunha esquecimento
às fábricas de propaganda política.
Kafka não poupava nenhum suspiro,
apalpando nádegas passageiros, COMO
se tivesse 300 mil voltz na garganta.
Esse ''massacre'' o emputecia ainda mais:
''Deus é tão poderoso'' (dizia)
''e as coisas não se ajeitam
nem com seus VISTAZOS.
Que faz o Demônio aqui?''.
Isto, ele mesmo respondia: POESIA.
Ventanias que salgam a carne
para a língua inorgânica dos ''morados''.
Assim se colecionavam prognósticos e
signos de suspeita, à espera dos mariners...
Ao anoitecer, a carta dos suicidas
nos chegava cheia de soberba,
armada com flashs e ruídos
de cascos de cavalo. Quando Kafka
insistia naquela canção nefasta,
seu olhar, terrível, nos tornava
mais inteligentes... COM UM ESTRONDO.
A Arte, explodindo, fazia o sonho
passar mal, até colocar sua ventania
em posição de sentido
EM TODA PARTE.
K.M.
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