domingo, 9 de setembro de 2018

O BANCO

O Banco anuncia dinheiro vitoriano
com seu engenho de socar lavras
e bestas de semeadura no pasto.
Dinheiro que azeda o gado
cautelosamente, com os pigarros
pontuais dos senadores...
Dinheiro pisado por quantos
possuírem apólices, debêntures e
outros valores in aeternum,
assegurados pela incerteza
e os acenos dos Rothschilds
na Companhia de Navegação.
Depois, o dinheiro tranca-se
sozinho no céu do Banco,
ao jeito de cortejo encerrado.
O signo na testa do Diabo
prepara o ferrão, o veneno
e a etiqueta, de tal sorte que
comanda o ataque na escada,
travando o caminho no breu.
No degrau do meio, a consciência
pública nos chama...  de ''camarada''?,
mas sua doçura de notícias é
um crucifixo pesado no meio do mato.
Só a talha fria do corre-mão
de prata nos acode, embalando
nosso cuspe com a secura
desesperada de seus disfarces.
Os degraus acima de nós
são alcançados com aflição,
matando (com medo de ser castigado)
um minotauro por segundo.

K.M.

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