"Enquanto Dasein real, as necessidades e os meios advém ser para outro através dos quais as necessidades e o trabalho de cada um é reciprocamente condicionado"44. Pois meu trabalho advém um meio para a satisfação dos outros, assim como minha satisfação depende do trabalho dos outros. É a isto que Hegel chama de "sistema de necessidades".
Trata-se de uma vida que descobre que aquilo que se chama "necessidade" [Notwendigkeit]: "é justamente uma coisa que ninguém sabe dizer o que faz, quais são suas leis determinadas e seu conteúdo positivo. Porque é o conceito absoluto intuído como ser, a relação simples e vazia, mas irresistível e imperturbável, cuja obra é apenas o nada da singularidade"
Neste sentido, os impulsos que se manifestam sob a forma da necessidade, impulsos tomados como normatividade vital imediata, são o nada da singularidade, princípio opaco em suas leis e conteúdos, porque são apenas a indeterminação simples e vazia, puramente negativa. No entanto, a maneira de quebrar esta ilusão de imediaticidade que só pode levar ao colapso consiste em, de uma certa forma, redescobrir a história no interior da natureza. Isto significa mostrar como os impulsos são, na verdade, a parte não-individual da história dos sujeitos, da história dos desejos que lhes precederam, mas que lhes constituíram. Trata-se de reconhecer, nos impulsos, aquilo que foi tecido às nossas costas, tecido pelas mãos da experiência social que continua a agir em nós.
Neste sentido, os impulsos que se manifestam sob a forma da necessidade, impulsos tomados como normatividade vital imediata, são o nada da singularidade, princípio opaco em suas leis e conteúdos, porque são apenas a indeterminação simples e vazia, puramente negativa. No entanto, a maneira de quebrar esta ilusão de imediaticidade que só pode levar ao colapso consiste em, de uma certa forma, redescobrir a história no interior da natureza. Isto significa mostrar como os impulsos são, na verdade, a parte não-individual da história dos sujeitos, da história dos desejos que lhes precederam, mas que lhes constituíram. Trata-se de reconhecer, nos impulsos, aquilo que foi tecido às nossas costas, tecido pelas mãos da experiência social que continua a agir em nós.
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Crítica dos sentimentos subjetivos de valor: A consciência. Antigamente se fazia este raciocínio: a consciência rejeita esta ação; logo, esta ação é condenável. De fato, a consciência reprova uma ação porque foi por longo tempo reprovada. Não faz mais que dizer, ''só sabe falar''. O que antigamente determinava a rejeitar certas ações não era a consciência, mas o julgamento (ou o preconceito) referente às consequências... A aprovação da consciência, o sentimento do bem=estar que causa a ''paz consigo mesmo'', são da mesma ordem que o prazer de um artista diante de sua obra ---- NÃO PROVAM NADA. O contentamento não é medida para avaliar aquilo a que se refere, como tampouco contra o valor de algo. Estamos longe de possuir o conhecimento suficiente para poder avaliar a medida de nossas ações. Falta-nos para tanto a possibilidade de tomar uma perspectiva objetiva: quando reprovamos um ato, acuamos alguém de alguma coisa, colocamos sob dúvida o comportamento alheio, não somos mais juízes, e sim partes. O sentimentos que acompanham um ato, por mais nobres ou vis que sejam, nada provam quanto ao valor deste; apesar do estado de exaltação patética em que nos mergulham, seus resultados, suas ''revelações'', seus desvelamentos, suas cortinas de fumaça, suas ''sombras criadas em favor de olhos escolhidos''... tudo isso pode redundar em insignificância. Os impulsos imediatistas, rancorosos são muito crus e, geralmente, mentirosos: desviam o olhar da audiência, clamam por atenção pública, arranham em todas as direções, desandam as precauções sóbrias, vê em todo tipo de estupidez própria uma ''preciosa suspeita'' de ''valor universal''. Enfim, contaminam, ao invés de sanar, para usar o jargão processual.
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Simplificações, esquematizações, interpretações, etc, o verdadeiro processo da percepção interior, o encadeamento das ''causas entre os pensamentos'', os sentimentos, os desejos, os interesses, as fraquezas, entre o sujeito e o objeto, é-nos sempre inteiramente oculto - e talvez sejam simples casos de imaginação, quando se apela para a materialização de um''fato jurídico punível''. Esse ''aparente mundo interior'' evocado pela memória para reconstituir uma paisagem extinta é tratado da mesma forma e com os mesmos processos que o ''mundo exterior'', quando os fatos estão realmente presentes diante de nós. Resultado: nunca topamos com fatos dentro de tais circunstâncias. A única coisa que um testemunho deste tipo é capa de evocar são os fenômenos tardias do prazer ou desprazer de ocasião, totalmente derivados do que em, psicologia, chamamos de ''recalque''. A causalidade escapa-nos totalmente, e é consequência do tipo mais grosseiro e condicionado de ''observação'', qual seja: o de admitir entre as idéias, as memórias e os sentimentos, um laço imediato e causal, como se de de uma ciência lógica se tratasse. Acontece que 'entre'' dois pensamentos encadeados desta forma, estão todas as espécies de paixões e interesse que se chocam, na defesa desesperada de nossa auto-imagem pública. Até mesmo no caso da testemunha de acusação, tais movimentos são tão rápidos que a própria pessoa chega a ''desconhecê-los'', e até mesmo a ''negá-los'', nos seus flagrantes mais suspeitos de contradição. Pensar, ou testemunhas desta forma, é sempre uma ficção absolutamente arbitrária, realizada separando um só elemento do processo geral, à custa de todos os outros que, a seu tempo, bastariam para constituir um quadro totalmente diverso do inicialmente apresentado. Nada mais que um arranjo artificial feito para ''convencer'' ou ''forçar'' um certo de tipo de ''compreensão'' na audiência. Esses conceitos, derivados da falsa auto-observação, que crê no processo que consiste em ''pensar e depôr'' desta maneira, aqui inicia a conceber um ato que não se produziu absolutamente. Pensar desta forma é imaginar-se em segundo lugar um substratum, sujeito imaginário, onde cada ato desse encadeamento de idéias tem sua origem e nada mais, o que significa que tanto a ação descrita como a o sujeito que a ''agiu'' são simulações.
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O mundo e sua história sempre foram alvos de grandes falsificações sob o império de ''pretensos'' valores morais -- 1 ) na história (incluindo a política); 2) na teoria do conhecimento; 3) no julgamento da arte e dos artistas; 4) na apreciação dos homens e suas ações ; 5) na psicologia (incluindo a jurídica); 6) na construção das filosofias; 7) na fisiologia, doutrinas de ''evolução'' (aperfeiçoamento, socialização, seleção, eleição).
A apreciação da ''história'' por ''princípio'' para lhe dar a ''prova'' da ''apreciação moral''.
Aqui se trata de decadência e corrupção, pura e simplesmente.
Assim como o fato de ''tornar-se melhor''', quando ''isso'' é considerado um argumento válido, demonstra que o erro é erro examinando a vida pessoal dos que são obrigados a encarnar e representar este conceito publicamente. Mas na esfera política atual, condicionada pelo tipo mais espúrio de espetacularização, qualquer ''ruído de comunicação'', desentranhado de profundezas temporais insondáveis, basta para materializar um vício, um passo em falso ou mesmo um crime, e ser imediatamente refutado e punido, assim justificando todo tipo de linchamento público útil aos interesses dos envolvidos. Essa forma indecente de antagonismo erra de ''traseiros e baixezas'' à maneira dos cães. Os ressentidos da política, em qualquer país ocidental, assim como os jornalistas que fazem sua escolta, jamais encontraram nada mais interessante para fazer na vida do que fungar as coisas supostamente secretas de seus adversários --- fazem prova de revanchismo militante esfomeado procurando sujidades no mundo. Sobretudo entre os homens que tem o primeiro lugar no mundo, entre ''OS MESTRES''. Lembremo-nos de como Goethe foi em todos os tempos perseguido na Alemanha...
Assim como o fato de ''tornar-se melhor''', quando ''isso'' é considerado um argumento válido, demonstra que o erro é erro examinando a vida pessoal dos que são obrigados a encarnar e representar este conceito publicamente. Mas na esfera política atual, condicionada pelo tipo mais espúrio de espetacularização, qualquer ''ruído de comunicação'', desentranhado de profundezas temporais insondáveis, basta para materializar um vício, um passo em falso ou mesmo um crime, e ser imediatamente refutado e punido, assim justificando todo tipo de linchamento público útil aos interesses dos envolvidos. Essa forma indecente de antagonismo erra de ''traseiros e baixezas'' à maneira dos cães. Os ressentidos da política, em qualquer país ocidental, assim como os jornalistas que fazem sua escolta, jamais encontraram nada mais interessante para fazer na vida do que fungar as coisas supostamente secretas de seus adversários --- fazem prova de revanchismo militante esfomeado procurando sujidades no mundo. Sobretudo entre os homens que tem o primeiro lugar no mundo, entre ''OS MESTRES''. Lembremo-nos de como Goethe foi em todos os tempos perseguido na Alemanha...
K.M.
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