voltado para a linha exata
do teu rosto, encontrei-te
ainda mais linda do que no cinema.
Está bem claro (na linha lacônica
que sigo para adentrar-te) onde
está tu, e onde estou eu
nessa aventura entre holofotes.
No simples ver o visto
no objeto exposto, sei já
que teremos forças para construir
uma amizade tão exata,
que do vizinho território do amor
nos olharão enciumados,
se perguntando que ''serviço'' é esse.
De quantos possíveis se faz?
Quantos impossíveis o constelam?
Boa hora para modificar estatutos
amorosos e emanar encontros
na frente do espelho, sem miséria
(juntando o gosto americano
ao francês, e ao pulso italiano).
O artista ilumina-se!, entre
beatitudes e abismos claros,
à passagem dos sóis penetráveis
que o transvertem. Quase
não vale à pena desejar-te
júbilos de lealdade
no uso desta mesa, nesta manhã.
Na janela da esquerda, resta
ainda uma resina lúcida,
farinha de substantivos,
infra-som da voz do poeta
que retorna informado da vossa noite.
Em termos de sentença,
a culpa é toda dele.
Ocorre-lhe que vais
acordar diferente, daqui a pouco.
Não exatamente mais linda,
talvez mais dócil, e mais
SÓ, numa espécie de vanguarda
(um posto avançado no seu)
subconsciente. Ou pelo menos
é assim que penso
e enumero teu rosto:
ele é uma vanguarda,
que no ensaiar errado do poeta
vai desensiná-la do seu beco.
K.M.
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