segunda-feira, 3 de setembro de 2018

SE PUDER...

Um magnetismo cálido
(nada transitório...)
consterna os cromossomos
da economia mundial,
que é carne sem asilo
em meu crisol, e frêmito
de intuições capitais
nas fronteiras ideológicas
onde cada Estado
pressente seu ser telúrico
na concorrência de cartas marcadas
e decretos de sangue.
Enquanto uma seiva exígua
escorre nos travesseiros de gato,
o poeta escreve beijos de amor
e terremoto no escuro: Rio-tato
com Cara de Cão
montando guarda
no Mercado de más notícias
e nos quatro túneis
de sua correnteza de riscos.
Ali há riscos minúsculos
onde a vida dos homens
flui sem intervalos, e
também, um cortejo de mortes
que não tira férias jamais
nem oferece à ninguém
nenhum tipo de auxílio humanizante.
E há feridas grandes como províncias
ondem com glórias pré-fabricadas,
o inimigo vai se formando
lentamente, na rigidez das horas
de orgulhosa tenência nacionalista.
Dentro dos poemas, há
também, mulheres e trabalhadores
esparramados num líquido vermelho
junto à ínfulas e subornos
de todo tipo. E metidas
dentro de urgências expectantes
BOLSAS DE ARPILLERE
reúnem todas as flagelações
de su mata-lotagem
num RISO MAU, que é
PURO ESCÂNDALO.

De fato, estava em nossas mãos
tomarmos o pulso do sistema
e medir a temperatura de seus motores.
Só que... não se respirava mais
no rubro projeto dos punhos cerrados,
porque um humor de lixa de aço,
eriçando seus colhões de classe,
media apenas o próprio orgulho
com a beligerância da História
no tempo incalculável de seus próprios cálculos.

Antes de nos olharmos de novo
(eu advertia)
soltarei de uma vez o desafio
que venho velando
com todos os meus fantasmas
homologados por patéticos vai-e-vens:

ESTOU DURAMENTE TRANQUILO
NO MEU INFERNO DE ABERRAÇÕES
E JÁ PODES COMEÇAR A IGNORAR-ME.

K.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário