A tirânica obrigação de ser belo
era evidente no meu rosto,
mas um rosto só era pouco
para tanta certeza, então
obriguei todo o meu povo
a jogar-se comigo nas águas
revoltas da minha alegria:
muni nossas cidades e cidadãos
com nervos terminais para tudo,
até que nenhum norte-coreano
pudesse mais sentir-se cansado.
Minhas indagações funcionárias
não raro, terminaram em mortes.
Mas um dia, nossa agenda vazia
tornou-se um programa nuclear ideal
baseado no meu próprio EU...
Desde então, houve LUZ suficiente
para suportar ressacas oceânicas
e manobras submarinas, tântricas,
chupadas com aflição impaciente
pelas areias políticas do Ocidente.
O tempo de rezar (dizia ao povo)
ACABOU ---- suportemos juntos
agora, TUDO O QUE SOU.
Do que sobrar de nós, depois,
faremos uma réplica ainda maior.
Sejamos sinceros: o que queremos
não é mesmo a paz, mas uma
amostra grátis de paraíso atômico
onde dia e noite, possamos
nos orgulhar de nossa ilustre catástrofe.
Somos uma reflexão atômica
sobre o shopping center global,
transformada agora em festa
e discurso de carnaval. MUITO BEM!
Difícil paralisar um tal projeto
de nação, cheio de rostos colados
na impaciência da fronteira.
Nossa carne, mesmo ferida,
é mais limpa que a morte ocidental,
e mais rápida que o medo
dos ataques que ninguém viu.
Somos homens bons e corajosos
celebrando uma aventura casta
na escuridão da medula atômica.
O conflito é a matéria-escura
de nossa carne excitada.
Nossa síntese é a escuridão.
E nossa esperança, a sabotagem
de todos os radares do mundo.
VIVA!
K.M.
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