uma alegria sem dentes, mas
logo fiquei cansado de espumar
com as gengivas nuas, naquela
conferência bovina, e sentei-me
vencido, para falar só de política
com gente que estava morrendo
por causa dela.Menti e sorri,
sem dentes, para o produto
de seus laboratórios falidos
enquanto a miséria confederava
milhões de amanhãs nos seus cofres.
Multipliquei-me com cortes epistemológicos
no baixo ventre das ações
fazendo parir nos outros
os investimentos que elas eram;
enrodilhei-me na hérnia
estranguladora da semana
com 50 megatons de amnésia
para passar o resto do tempo
meditando minha mononucleose
verborrágica num trem-bala.
Mais tarde, conversava á sós
com minha personagem:
misturávamos, sem piedade,
à organização do desastre,
restos de cenários narcisistas
com um temor de prata
semimastigado no escuro.
Chutávamos carros e
bonecos de plástico
no meio dos escombros dos jornais
até chegarmos aos custos
ALTAMENTE REDUZIDOS
de um rosto sozinho
a rachar-se na LUZ.
K.M.
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