quinta-feira, 8 de novembro de 2018

MITOLOGEMA


Jim Morrison:

When the serpent appears, his head is ten feet long and five feet wide. He has one red eye and one green eye. He's deadly and he's seven miles long. As he moves -- on his scales is written all the history of the world, all people, all actions, all of us our little pictures on the scales, God it's big! -- and it's eating as it moves all the time, devouring, digesting consciousness, power, a monster of energy! We must kiss the snake on the tongue, if it senses our fear, it will eat us instantly. But if we kis it without fear, the snake will take us through the garden and out the gate. To our freedom -we must ride this snake. To the end of time


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Mitolo-gema...

Não se escandalize o leitor se a minha digressão soa como um mito gnóstico. Movemo-nos aqui no terreno supra-psicológico em que está enraizada a gnose. A mensagem do símbolo cristão é gnose, e a compensação do inconsciente o é ainda mais. O MITOLOGEMA é a linguagem verdadeiramente originária de tais processos psíquicos e nenhuma formulação intelectual pode alcançar nem mesmo aproximadamente a plenitude e a força de expressão da IMAGEM MÍTICA. Trata-se de imagens originárias cuja melhor expressão é a imagística.

(Kalki-Maitreya)

Parece uma gema de ovo o nosso por do sol do lado da Bolívia. 

(Manoel de Barros)


O ovo é um monumento fechado, automonumento; plano-piloto, realizado agora, do germe inicial da criação. 

A exemplo da torre de Pisa, o ovo não costuma sustentar-se em pé. Ninguém ignora que a torre gosta de emigrar durante a noite. De resto, ela subsiste somente porque amparada por uma pena num quadro de René Magritte. 

O mesmo pintor em outro quadro Les vacances de Hegel mostra um guarda-chuva aberto: em cima pousa um copo contendo um líquido. Evidentemente todos os observadores sofrem uma ilusão de ótica, trocando o copo por um ovo, de resto mais vizinho ao pensamento do filósofo. 

O ovo, objeto concreto de alto coturno, caríssimo, quase inacessível: diamante do pobre. 

No meu tempo de infância, indo a noite alta a dois metros, eu já não ouvia mais o tique-taque do relógio; antes, o pulsar do ovo na sua gema, nunca sua clara. 

(Murilo Mendes)
Postado por Kalki-Maitreya às 12:16

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Mitolo-gema 2.

Domingo Delgado Solórzano, em O Nagual de Cinco Pontas, considera que há várias Águias habitando um local, local este que seu benfeitor Don Chema chama de Zero. A nossa é a Águia Aura Negra. Os Nanahualtin de cinco pontas são parte do sistema de reprodução das Águias, e estão engajados na criação da Águia Aura Âmbar. É uma descrição muito complexa, o texto de Domingo é todo para a consciência alterada, mas, neste estágio, penso que ele nos conta que naguais de três e quatro pontas se aliam e juntam na Hexápoda, gerando o nagual de cinco pontas, o qual, ao entrar para a quarta atenção, se torna um ponto de encaixe gigante da Águia, podendo, ao entrar na quinta atenção, se tornar o OVO de uma nova águia, assim fazendo a reprodução cósmica.Em Castaneda, a Águia é o todo da energia, que inclui todos os universos paralelos. Lembremos que Don Juan lhe diz: ''não tente transformar isto que estou lhe falando no que você já sabe ou pensa que sabe. Então, não faz sentido falar no lugar das águias, a águia é o todo da energia, o criador máximo, o controlador de tudo''. Se bem que o problema do lugar é um paradoxo milenar, a chora de Platão, o todo da energia está em algum lugar, mesmo que não haja lugar, o ser já funda um lugar! Por outro lado, a ideia de infinito é rica e se desdobra, o universo é infinito e, no entanto, há infinitos universos paralelos, para a física “dura”, a física “científica”, com suas equações e funções. Assim, a Águia também se torna fractal, e parece fazer todo o sentido que haja infinitesimais águias, e sempre mais, como num caos-criador, um caosmos (James Joyce), como na proposta da física quântica de que, ante qualquer alternativa, as duas possibilidades se realizam concomitantemente, fundando mais e mais universos paralelos.Os toltecas da época de Don Juan se chamavam de novos videntes, ou guerreiros da liberdade total. Porque os toltecas anteriores ou antigos videntes estavam muito entusiasmados com o controle da segunda atenção e com o poder daí resultante, o que implicava inclusive em se tornarem seres inorgânicos e manipuladores de grande poder sobre seus semelhantes. Os eventos que levaram ao fim dos antigos videntes, e ao seu escondimento, e à formulação das técnicas de espreita e o estabelecimento da meta como liberdade total (terceira atenção) pode marcar o fim dos tempos pré-clássicos e início do clássico, na escala histórica da Toltequidade. O sumiço em massa dos toltecas no século IX pode significar não uma repressão, mas sim que “populações de cidades inteiras entraram juntas na terceira atenção”, como disse Don Juan para Carlos Castaneda. Os guerreiros da liberdade total consideram a possibilidade de se mudar para a segunda atenção, mas, mesmo se a assumirem, ela fica sendo só um ponto de manobra, um lugar de repouso temporário, para continuar intentando a terceira atenção, realização que , de fato, demanda um nível de intensidade de concentração muito além do humano e sobre-humano.

(1ª Atenção = mundo orgânico, 2ª Atenção = mundo inorgânico, 3ª Atenção = ambiente da Águia).

K.M.
Postado por Kalki-Maitreya às 19:04 

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Mitolo-gema 3.
Eu sou meu filho, meu pai, minha mãe, e eu mesmo.
Os Deuses se abrigam no Zero.
O Fogo pilota o Universo transitivo.
O grifo é meu.
Silenciosa aguardente dos Deuses.
O Mito aqui se mantém pela pureza da Luz continuada.
Levanta-te. 
Move teu pé, grande como eu próprio já me levantei. 
Acende-te que eu te acenderei.
Ao largo do Universo circulam Águias. 
Os Deuses as pegam com a mão.
Eles se abrigam no Zero.
Tampão da Gnose que explode.

K.M.

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