quinta-feira, 1 de novembro de 2018

EPÍLOGO



Saudações cautelosas, na hora
da despedida: diagnosticando-me,
repasso todos os dados colhidos
entre os livros e o cemitério:
as graves excursões dos sonhos,
as miradas fixas, quebradas
pelo cerco de todos os ódios
menores, e das mulheres
machucados que se uniram para 
aclarar certas coisas que sonham
contra sua vontade(?)''. Mas
quem disse que a NOITE é
PROPRIEDADE PRIVADA? Na Casa
obscura do Mestre da Espera,
filatélicas e vaquinhas iradas
esperam pelo regresso ao seu
NADA COTIDIANO, ao amanhecer...
sob OVNIS que argumentam
(sedutoramente, hipnóticos) 
sob sua saliva sonâmbula.
Quando o messiânico tarado
retorna ao seu caixão, convocando
seu velhos abismos ancestrais,
ele toma o partido da História,
e o Século, ocupando seu lugar
à luz do dia, blasfema contra ele,
sente-se debilitado, por sua 
ausência, num mundo real demais 
para seus déficits de atenção programáticos. 
TESTEMUNHAS!, brada o Século.
Quer que o vampiro transite no mundo
da máquina política, em que roda
toda a riqueza do mundo... para
enquadrá-la, com sua mão de ferro.
TESTEMUNHAS!, O Século enfurece-se,
girando a roleta violentamente
contra todas as imagens de putas
por um único número ganho.
E à Boca da Noite, volta a
MÃO PESADA na roleta:
rugas, maquiagens desfeitas
nos dentes, banhos cosméticos,
camas devassadas por musgos
de frustração instantânea...
calvas de medo íntimo
na ação maior de tudo, interna
às aparências de sucessos
que lutam contra a Alcova
todo-poderoso do Vampiro,
numa agonia invisível e incurável.
''POLUÇÃO NOTURNA", adverte
o Senhor da Noite: ''Eis o retrato
do Mercado Financeiro.
''Na Alcova'', prossegue o vampiro
''Escreverei: a ilusão da calma
sempre louca, zombeteira em suas 
suspeitas de recomeço sereno.
MAIS: escreverei também o que vejo
despontar na luz do dia: tudo
nítido, carregado de rostos irônicos
diante do objeto de estudo
preferido dos caídos: O DINHEIRO.
A experiência multiplica-os
como vermes em viagem, surtos -
ações reposicionadas por ''furos
de reportagem'', quase naifs. 
Nas altas colisões do desespero
a indecisão cobra sua percentagem:
reptilia refletindo, à golpes de ''escolhas''
e ''confiança publicitária'', como
mulheres se maquiando no espelho,
fulminadas por falhas irretocáveis.
MAIS: esse mão que escreve,
vale o mesmo que a qu empurra
o arado, modelando sementes
no rosto das putas bravas
na zona de seus desejos frustrados
mais agressivos, onde o Round-up
cagou os venenos errados.
Um Sobe-e-Desce danado
contempla, agora, sem nenhum amor,
a ''idéia das curvas visitadas''
que os dentes deixaram para trás,
como carniça para hienas.
Penetração dentro de cinemas.
tele=transporte libidinal
atrávés da Quarta-Dimensão-Vertical
e... papos de anjo, QUE SACO!
A idéia escorre pelo pescoço
como sangue podre, emboscando-se
nos sonos persecutórios da Noite.
Na reptília-auto-refletida do cosmos
que flerta com o infarto de Deus.
Novos sortimentos fatigados
emergem dos músculos
mirando de passagem a Argentina
(mas em ti --- onde, quando, NÃO
IMPORTA -- é o pecado clandestino
da Argentina que voa, talvez,
para a Bahia, deixando pedaços
dissolvidos de encontros, na mesa do Atlas.
Capta-se então um riso DE ESCÁRNIO, 
sem préstimos, AQUI. Compõem-se
toda uma sábia sensibilidade
paral lidar com o assunto naturalmente,
numa ordem de LUZ despojada de hermetismo.
Penetração de lenho dócil. Mergulho
da atenção na Roda do Tempo.
Super=esforço sem esforço. BARAKA
do espelho enfumaçado, na miragem 
de um achado: a fusão da inteligência
com os nervos eletrificados, que vem
no veículo da energia: UPADHI, sibilando
através da coluna, até o limite do olho
clarividente. Ora, não sei nada de
amor romântico, além da teoria.
Para comer a mulher de um ''cruzado''
na Luz Astral, quase quebro a coluna.
Treinei apenas para ouvir latido
de cachorro, e aqueles apitos
infra-sônicos que só elas escutam.
Amor abafado, enorme, em público
fica tolo e pesado, quase não consegue
posar sem cair no ridículo. É de lascar:
quanto mais objetivo, esse papo-furado
de Amor, mais olhos olhados sob o
holofote -agiota, cobrando dívidas
cínicas, carnais, e revelando podres
que provocam síndromes de Raskolnikov
à maioria canalha, incluindo os casais.
Dívidas infectadas por insegurança
de títulos ressegurados, e afetos
afetados por hipotecas extra-conjugais
que compram adultérios à prestação, 
conforme lateja o dia a dia, gotejante,
na metástase de favores concedidos
emboscada pela porcaria do mundo.
O Capital Global disso é uma mixaria ---
nem Deus, nem o Diabo se interessam;
só presta diante do JUIZ, ou na 'VARA''
da família, logo após o divórcio:
Dentro da Noite, a LUZ ASTRAL
continuará a mesma, praticando
juros sobre juros --- na metafísica do Tempo.
O velho vampiro faz qualquer negócio
por um pouco ''daquilo'', que os chineses
chamam de ''CHI'' --- e com um afeto
todo budista, o BON CAVALO CALUNIADO
criticia, defende-se escoiceando
o que ninguém vê: no lixo que salpicam
seus cascos, muitos morrem sem falar com Deus.
ÓTIMO! Há gente demais na linha, e pouca
gente para atender os telefonemas.

K.M.

FIM



Nenhum comentário:

Postar um comentário