http://geniemalgre.blogspot.com.br/2017/06/super-homem-nao-estaciona-o-carro-em.html
Passar entre as descrições...O mestre não ensina ao antropólogo um modo de compreender o mundo, pensá-lo, ou explicá-lo, pois o modo do antropólogo já dá conta do trabalho. O mestre ensina seu aprendiz a .parar o mundo., parar a descrição, sair do circuito fechado dos reflexos da palavra e da razão. E para isso o aprendiz deve se tornar um caçador de poder, pois o modo do poder é um estado de ânimo, o sentir que des-loca, que des-ordena o sentido. A caça do guerreiro ao poder é solitária, é preciso abrir mão, momentaneamente, do sentido e de seu social acolhedor para poder passar por entre as descrições.
Diferir infinitesimal... Os limites, as fachadas, as fronteiras adquirem uma fluidez conceitual que muito aportou ao Tonal de nosso Tempo. Lévi-Strauss, pensado e perpassado pelos mitos, chega à dialética dos pequenos intervalos. O corpo, nos mitos, passa pela transformação da morte). As .rupturas na duração. geram esquecimento, e este .rui a permanência. (Duvignaud 1979: 72-73). Para poder variar por entre as distintas descrições, é necessário .parar o mundo., parar a máquina de fabricar tempo e duração. Lévi-Strauss encontra nos mitos e na música o relato desta possibilidade, pois ambos são .máquinas de suprimir o tempo. (Lévi-Strauss 2004: 35).
Música e mito se encontram no corpo do ouvinte. Corpo aberto ao desdobramento, à transmutação; assim como o são a música e o mito. Corpo em comunicação. Corpo de sentidos. Os mitos e a música se assemelham no seu modo de penetrar o corpo, de passar por ele . o tempo psicofisiológico do ouvinte (Lévi-Strauss 2004: 35). Assim como a música, os ritmos e períodos do mito soam no labirinto neurológico, cujo ritmo é, por sua vez, marcado pela pulsação cardíaca. Pulsar da vida, pulsar do tempo. Como a música, o mito é uma máquina de suprimir o tempo, pois ao desdobrarem o intervalo .irreversível. porque diacrônico, entre uma pulsação e outra, instauram o campo fértil da transmutação
POST SCRIPTUM
Incompletude do .ser. e plenitude do .estar.. A mediação é .ser-menos.. Os termos que são mediados são plenos, mas esta plenitude só é possível enquanto estado e, portanto, não é permanente. O ser, ao contrário, pode ser percebido enquanto permanência, mas só pela sua qualidade de menos (ou minoria). Única forma concebível da passagem, múltiplas possibilidades de pensamento brotam deste fértil solo epistêmico: o ser-menos. Corpo-relação, signo (negativo), passagem, função vacante da estrutura, a casa vazia, constantemente perpassada. Há sempre um entre-dois...
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