quarta-feira, 7 de junho de 2017

A linguagem só é linguagem efetivamente quando “em movimento


Assim como o jogo, a linguagem só é linguagem efetivamente quando “em movimento”

Para as pessoas engajadas numa situação de interação comunicativa também a experiência do diálogo torna-se formativa, no sentido exato em que imaginava o Adabe Trublet, ou seja, como constituição do espírito. Para tanto é necessário ter em mente que a comunicação não se deixa entender plenamente como troca de vivências, mas como um modo de ser do homem, na linguagem, enraizado numa totalidade (da história, da cultura, do Ser) que lhe transcende e, por isso, pode proporcionar-lhe uma configuração. Esta é a concepção de comunicação em James Carey, por exemplo. Ao definir comunicação “as a symbolic process whereby reality is produced, maintained, repaired, and transformed” (Carey, 2009), Carey se aproxima da noção de horizonte simbólico de Gadamer. Uma noção já presente na ensaísta de corte, embora ainda ontologicamente ingênua. Ao tratar a conversação como arte, os barrocos estavam se referindo exatamente a esse caráter prático que Gadamer associa à metáfora do jogo. 

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