domingo, 18 de junho de 2017
Curto-prazismo não é estratégia... é truque.
http://portugues.spindices.com/?cmpid=0617_p_06
Curto-prazismo é real. A percepção do setor empresarial, os níveis de participação dos investidores e outras tendências observadas no longo prazo, chamam a atenção para as pressões que as companhias enfrentam e os sacrifícios que devem fazer (tradeoffs).
· A cadeia de valor dos investimentos possui três participantes fundamentais: as empresas, os proprietários de ativos e os administradores de ativos. No passado, deixar que as empresas lidassem isoladamente com o curto-prazismo não demonstrou ser uma estratégia efetiva, pois os investidores institucionais tendem a manter suas participações por menos tempo, enquanto os investidores ativistas ficam na espera.
· Para gerar uma transformação real, é necessário que aconteça uma mudança de paradigma. Proprietários de ativos que controlam o capital têm o poder para modificar esta situação.
· Compreendendo o caráter necessário desta mudança, um grupo de proprietários de ativos apresentou diversas recomendações a fim de que a comunidade de proprietários de ativos possa adotar os princípios da visão de longo prazo.
· Nesta transição para uma abordagem de longo prazo, é importante incorporar medições em longo prazo, que sejam específicas da indústria e estejam baseadas em sustentabilidade. Estas medições são tão importantes quanto os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP) se quisermos seguir um processo de investimento que gere resultados no longo prazo.
· A governança é a medida de sustentabilidade considerada pela maioria dos investidores como a variável mais importante para o desempenho de uma empresa. Assuntos de governança têm estado em primeiro plano por mais tempo e, por isso, os investidores estão mais familiarizados com eles do que com questões ambientais e sociais, porém, o conhecimento sobre estes fatores vem crescendo.
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Curto-prazismo é visto como um problema, já que pode enfraquecer o crescimento econômico no futuro devido à falta de investimentos em longo prazo, o que geraria um cenário de menor crescimento do PIB, maiores níveis de desemprego e menores rendimentos futuros, derivados de investimentos, para os poupadores.
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Em 2013, a consultora McKinsey e o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) realizaram uma levantamento global com entrevistas a mais de 1.000 membros de diretorias e altos executivos, com o objetivo de medir sua visão de longo prazo na administração de suas empresas.
1 A
pesquisa foi publicada pela McKinsey Quarterly e os autores do estudo (Bailey e Godsall) confirmaram a onipresença do curto-prazismo na mentalidade atual do mundo corporativo.
· Para 63% dos entrevistados, a pressão por gerar resultados sólidos no curto prazo aumentou nos últimos cinco anos.
· 79% sentem pressão por demonstrar rendimentos financeiros sólidos durante um período de apenas dois anos ou menos.
· 44% utilizam um horizonte de tempo inferior a três anos para estabelecer suas estratégias.
· 73% acreditam que deveriam usar um horizonte de tempo superiora três anos.
· Para 86% dos entrevistados, utilizar um horizonte de tempo maior para tomar decisões de negócios teria um impacto positivo no desempenho das empresas em vários sentidos, incluindo o fortalecimento dos rendimentos e aumento da inovação.
· 46% declaram que a pressão por obter resultados sólidos no curto prazo provém das diretorias, enquanto os membros das diretorias manifestam que eles somente estão canalizando as pressões que sentem por parte de investidores institucionais.
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Os resultados foram alarmantes e revelaram a profunda influência do curto-prazismo na cultura corporativa. Acredita-se que a principal causa d problema seja a pressão enorme que as companhias abertas enfrentam por parte dos mercados financeiros para maximizar constantemente os resultados no curto prazo. Não são somente percepções e pesquisas que refletem este foco no curto prazo, mas também dados empíricos parecem apoiar esta ideia. Tem havido um aumento substancial no ritmo a que ações individuais mudam de mãos, o que é frequentemente citado como evidência de que os investidores institucionais dos Estados Unidos adotaram uma mentalidade de “negociação” e não de “compra e retenção”, o que se traduz em pressão para as empresas cumprirem metas de desempenho no curto prazo se não quiserem correr o risco de perder investidores. De fato, é possível que parte desta rotatividade decorra do comércio eletrônico de alta frequência. No entanto, isso não pode ser o único fator que impulsiona este aumento, levando em conta que a rotatividade anual das ações negociadas na bolsa de Nova York (NYSE) aumentou de 36% em 1980 para 63% em 1996, e até um máximo de 138% em 2008.
file:///C:/Users/Matheus/Downloads/research-long-termism-versus-short-termism-por.pdf
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