quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Travessia – I (1926-1966)


Existe é homem humano. Travessia.
                      João Guimarães Rosa
Nasci no mar, dans le bateau
ivre, drapeau d'Arthur, de la muit;
batel fazendo o mapa e o mapa
estas suas águas mágoas,
vagas lembranças, lenços e quebrantos.
– eu era o mar ovante sobre os ombros,
ardendo nas virilhas.
Ou o mar aberto, pulcro de silêncios,
enxame de vidrilhos.
Um bem cevado mar, galhardo moço,
às vezes calmo e desportivo.
Canto esta viagem donde trouxe
astros e asas pelos mastros
(e aos seus lamentos eis-me chegado
– piapitum (*) no rio defunto
                                             impaludado).
Max Martins, Não para consolar.

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