sábado, 30 de setembro de 2017

Escolha racional.


As questões da cooperação e coordenação na vida política legislativa da América não tem sido tratada com sofisticação analítica o bastante pela tradição da escolha racional, em particular no âmbito da teoria dos jogos . O tratamento canônico da questão da cooperação tem por base o ''dilema  do prisioneiro ''. Esse dilema ilumina a situação em que a ausência de cooperação deixa os indivíduos em uma posição coletivamente sub-ótima ou Pareto-inferior àquela em que poderiam estar se cooperassem . Ao buscar racionalmente a maximização de seus interesses os indivíduos, assim como os senadores democratas,  são levados a essa situação em função da estrutura de ''incentivos'' com que se deparam. Tais indivíduos não cooperam no dilema do prisioneiro porque não confiam no outro (ou nos outros, no caso da variante do jogo com n pessoas ). No dilema do prisioneiro, independentemente do que o outro fizer , o indivíduo racional escolherá não cooperar. (Ou, em termos técnicos, sua estratégia dominante é não cooperar ). A solução oferecida pela teoria dos jogos é dupla. Em jogos repetidos os indivíduos podem estabelecer uma reputação de comportamento cooperativo . Devido à história de seu comportamento cooperativo e racional. Devido à história de seus comportamento , eles adquirem credibilidade para fazerem ''promessas críveis ''. Alternativamente, em um jogo repetido , o indivíduo pode optar por uma estratégia de ''olho por olho, dente por dente '' (tit for tat), escolhendo cooperar se o outro indivíduo cooperou na rodada anterior do jogo (principalmente prestando louváveis serviços jurídicos à nação ) , e retaliando com não-cooperar se o outro assim o fizer. A segundo solução teórica para a questão da credibilidade tem a ver com a limitação da capacidade de um ator renegar compromissos ou promessas . Pode-se tratar da tão conhecida auto-incapacitação Democrata ou de usurpação dessa capacidade por outrem .Justamente esta última questão nos leva às questões centrais do constitucionalismo e da teoria democrática.


Kalki-Maitreya3 de abril de 2017 10:38

Uma resposta distinta é formulada por Przeworski , para quem a democracia representaria uma situação de equilíbrio geral em um jogo de N pessoas em que a estratégia dominante para todos os atores seria de adesão às regras e à ética da escolha racional : ''Equilíbrios e barganhas são os únicos estados do mundo que são viáveis segundo a teoria dos jogos ''. Ou seja os resultados das interações sociais só se mantêm estáveis se os atores os adotam em seu próprio interesse (self-enforcement ) ou se um ator externo assegura seu cumprimento . Esse segundo caso caracteriza os ''contratos ''. No entanto, como assinilar esse autor ''a noção de que a democracia é um contrato social é logicamente incoerente. Contratos são observados porque são exogenamente implementados ; a democracia, por definição , é um sistema no qual ninguém está acima da vontade das partes contratantes ''. Para Przewoski a questão de um agente externo que assegura o cumprimento está relacionado à questão de ''Quem controla os controladores ''. Nesse sentido o cumprimento das regras pode ser self-enforcing se ''o arcabouço institucional for desenhado de tal forma que o Estado não seja um ator externo mas um agente de coalizões de forças políticas''.Essencial para o desenho institucional é a estrutura de ''incentivos '' com que se deparam os atores. A análise 'principal-agente'' oferece dois conceitos básicos essenciais para o desenho institucional : a restrição da participação (participation Constraint )e a restriçao de copatibildade de incentivos (incentive compatibility constraint ).

K.M

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