sábado, 5 de janeiro de 2019
Desoneração do conflito democrático de opiniões.
Ou eles partem, em conto com a tese da tecnocracia, da premissa de que o Estado tem que preencher, m primeira linha , a função arbitral de vigiar a distribuição pertinente de competências , para que as legalidades objetivas dos subdomínios funcionalmente especificados possam entrar em ação , ''independentemente da formação da vontade política geral ''. Dessa perspectiva se explica a precedência das instituições de controle despolitizadas , em geral a estilização de uma pretensa concorrência entre as divisões dos poderes e a democracia. Em ambos os casos, as argumentações desembocam na idéia de que a ordem estatal deve ser desonerada do conflito democrático de opiniões a respeito das finalidades políticas e sociais. O elemento prático-moral , do qual a política deve medir distância , é uma democratização dos processos de decisão que coloca a ação política sob os pontos de vista controversos do Mercado Financeiro, em geral das formas que lhes são mais desejáveis.
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A despedida programática da modernidade cultural deve criar mais espaço para uma consciência saudável da tradição. O parto do pós-Esclarecimento necessita, no entanto , dos auxílios neoconservadores.
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Durante muitos anos estes se concentraram praticamente na ''coragem para educar ''. Ou seja, em uma política educacional dirigida à coragem de encarar o passado, seja na família, na escola , na economia ou no Estado.
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Os neoconservadores veem suas tarefas , por um lado, na mobilização dos passados em relação aos quais é possível comportar-se com anuência e, por outro lado , na neutralização moral de ouros passados que poderiam provocar tão somente crítica e rejeição. Walter Benjamin já havia mencionado a ''empatia do vencedor '' como uma característica essencial do historicismo.
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E é isso que os neoconsevadores nos recomendam hoje. No entanto, as verdades singelas do ''common sense'' e as continuidades históricas não são capazes de suportar sozinhas o fardo da renovação espiritual e moral aguardada.
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DE fato, o Esclarecimento não foi capaz de uma coisa : a necessidade de consolar deve ser aplacada ou exaurida. Com esses questionamentos, continuamos a nos movimentar no circuito da modernidade ---- inclusive na economia política. Obrigando-nos a entender o espectro inteiro dos movimentos e centros de força estratégica que preenchem hoje, por exemplo, o Congresso americano.
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Mas a tbm toda a problematização que os neoconservadores se esforçam por represar. Justamente aqui é que aparecem os mediadores de sentido de Schelsky ou os sinalizadores ideológicos de Lubbe, os abridores de horizonte , os especialistas em reflexões sobre metas e direcionamentos.
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A definição funcional permite deixar de lado asdificuldades de uma presentificação hermenêutica do sentido duradouro de suas antigas doutrinas. A função em um contexto de vida prático muitas vezes não é aquilo que predicaríamos `como ''verdadeiro '' logo de cara. Pelo contrário , denominamos ospreenchimentos de funções de tipo prático '' convenientes '' e ou ''inconvenientes '' . Mas nenhuma tradição é trazida de volta à vida simplesmente mostrando-se o que ela poderia causar de bom.
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O recuo para o funcionalismo não elimina o embaraço relativo em que se vê presa a defesa da tradição política, após o esclarecimento historicista. Justamente o fato de que a tradição precisa ser evocada hoje mostra que ela veio perdendo força sobre os homens.
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Mas não gostaria de ser mal interpretado : as reservas não regeneráveis de nossa cultura política e as estruturas simbólicas de nosso mundo da vida --- as formas de vida com raízes históricas --- carecem de proteção. Muitos neoconservadores acabam confundindo causa e efeito. No lugar de imperativos econômicos e administrativos, as assim chamadas coerções econômicas, que monetarizam e burocratizam cada vez mais os âmbitos da vida, que transformam cada vez mais as relações em mercadorias e objetos de administração --- no lugar do foco real, os neoconservadores acabam colocando o fantasma de uma tradição transbordante.
K.M.
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