A forma, a espécie, a lei, idéia, o fim --- em toda parte comete-se o mesmo erro ao substituir uma ficção por falsa realidade : como se o que acontece encerrasse obrigação de uma obediência qualquer, faz-se uma separação artificial entre o que ''age '' e o que ''de acordo com que '' a ação se dirige ( mas o ''que'' e o ''de acordo com que'' somente são fixados para obedecer à nossa dogmática metafísico-lógica ou coisa que o valha : Não são FATOS. Chega de interpretar a coação que nos impulsiona a formar conceitos, espécies, formas, fins e leis (um mundo de casos idênticos ) no sentido de que , por meio deles, estaríamos em condição de fixar o mundo-verdade pelo contrário, a necessidade de preparar para nosso uso um mundo onde ''nossa existência '' tornar-se-ia possível : criamos assim um mundo que é determinável, simplificado, compreensível para nós. A mesma coação subsiste na atividade dos sentidos que sustenta a inteligêNcia, pela simplificação, aumento grosseiro acentuação e interpretação, sobre as quais repousa todo ''reconhecimento '', toda possibilidade de se tornar inteligível . Com tanta precisão ,as ''necessidades '' determinaram os sentidos que ''o próprio mundo das aparências '' reaparece sempre e toma assim o aspecto de realidade.A coação subjetiva que nos faz crer na lógica explica simplesmente que, bem antes de havermos tido consciência da lógica, não havíamos feito outra coisa senão introduzir seus postulados ''no que acontece'' : mas agora os encontramos no que acontece --- não podemos mais proceder de outra forma --- e nossa imaginação interpreta essa coação como uma ''garantia da verdade''. Fomos nós quem criamos a coisa... a coisa igual, o sujeito, o atributo , a ação, o objeto, a substância, a forma, depois de estarmos muito tempo satisfeito s em representá-los iguais, grosseiros e simples.
K.M.
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