quinta-feira, 4 de julho de 2019
Formas-Pensamento: O Mundo das Nossas Idéias
por Ligia Cabús
sofadasala.com/ocultismo/formaspensamento01.htm
O Todo é Mente: o Universo é Mental
A frase acima resume o princípio fundamental da Magia: o mentalismo. O autor original dessa idéia é desconhecido. Sua identidade se perdeu na região nebulosa do passado mais remoto da Humanidade. Contudo o ensinamento do mentalismo foi transmitido com suficiente eficiência para gerar um escrito cuja fonte, igualmente incerta, preservou para a contemporaneidade aquele e outros princípios em um livro, prova documental da enorme e inexplicável sabedoria dos antigos. Este livro é o Caibalion[Kybalion], publicado em dezembro de 1908, hoje em domínio público, assinado por um pseudônimo, Os Três Iniciados e tradicionalmente atribuído a Hermes Trimegisto, de onde provém a expressão Hermetismo, freqüentemente usada como sinônimo de Ciências Ocultas.
Hermes Trimegisto [Mercurius ter Maximus; Hermes, o Três Vezes Grande], sincretismo entre o deus grego Hermes e o egípcio Toth, é um nome forjado no contexto do neoplatonismo para designar um personagem mitológico [e muito possivelmente histórico] reconhecido em diversas culturas da Antiguidade como Iniciador da Humanidade [ou de um povo] nos segredos da escrita e das Ciências [magia, para os antigos]. Ele teria compilado textos sagrados reunindo todo o conhecimento de sua época no Corpus Hermeticum, uma obra dividida em 42 livros dedicados a seis temas cuja versão mais recente, localizada no Egito, data entre os séculos I e III d.C.. Isso pode dar uma idéia da idade do Caibalion [wikipedia].
No Caibalion são apresentados os "Sete Princípios da Verdade". O Mentalismo é o primeiro destes princípios. Seguem-se os princípios: 2. da correspondência; 3. o princípio da vibração; 4. princípio da polaridade; 5. princípio do ritmo; 6. princípio da causa e efeito; 7. princípio do gênero.
A "Verdade" a que se refere a temática do livro não se trata de nenhuma verdade do tipo religiosa no sentido popular da palavra; nem é um corpo de idéias revestido de figuras alegóricas ou complexas simbologias. No Caibalion a "Verdade" se refere à essência física [newtoniana] e metafísica [física quântica] das forças que constituem a essência da realidade.
Quando o autor [ou autores] diz [em] que "tudo é mental" o significado é literal e de modo algum metafórico. É uma afirmação direta de que a matéria, as substâncias, todas as coisas e seres são constituídos de energia mental ou, em última instância, Pensamento; e o Pensamento original, o "Pensador" que deu origem ao Universo é o "Espírito Incognoscível" ou seja, Aquele a quem costuma-se chamar de Deus: "Todo o mundo fenomenal tem sua existência na mente do Todo, em cuja mente vivemos, nos movemos e temos toda a nossa existência".
Essa natureza criativa do pensamento, e criativa no sentido de dar origem a realidades físicas, é uma qualidade que a Mente Universal estende a todos os seres pensantes o que implica dizer: 1. pensar é criar, seja pensamento voluntário ou involuntário; 2. em meio a todas as criaturas vivas mais ou menos auto-conscientes da Terra, o Homem é a única que possui a extraordinária capacidade de criar e modificar realidades usando a força [energia, substância] do pensamento.
Ao longo de milênios, o Princípio do Mentalismo tem sido repetido por todos os mestres ocultistas do mundo em diferentes linguagens: da figurativa à literal. Do Ocidente ao Oriente, magos, místicos, gurus enfatizam a importância de dominar os próprios pensamentos a fim de que a matéria-energia criadora da mente não fique entregue à atividade desordenada, gerando realidades sem critério, movida pelos impulsos, em geral pouco inteligentes, dos desejos do corpo e das paixões da alma.
Mesmo na esfera das religiões, que não deixam de ter o seu traço de "magia", a educação do pensamento é uma prática incorporada em procedimentos de rotina e disciplina de oração e/ou meditação. Tanto os terços e novenas dos cristão-católicos quanto a meditação [com ou sem o uso de mantras] de budistas e hinduístas destinam-se a induzir um estado mental de purificação e/ou concentração do pensamento. Ambas as práticas resultam em "esvaziar" [ou, quem sabe... estabilizar] o campo [energético] da mente tranqüilizando o torvelinho de idéias inúteis, nocivas e residuais, direcionando o pensamento, ou ao repouso purificador, relaxante, ou a um objetivo pré-fixado de criação ou transformação da realidade. Existem mantras de saúde e prosperidade assim como existem as correntes de oração pela cura, pela paz ou pelo emprego.
O Cristo Jesus disse a todos aqueles que curou: "Tua fé te salvou!". Ele não disse, "Eu te salvei" nem mesmo "Deus te curou". É clara sua afirmação da fé como poder responsável pelos prodígios. Ora, a fé é uma crença, um "acreditar em algo"; e acreditar em algo envolve necessariamente um pensamento forte, intenso, constante, sem dúvida, acerca do poder de algo ou alguém realizar determinadas coisas. Quando o que cura as pessoas, ontem e hoje, é a fé, significa que as curas foram "tornadas realidade" pela força do pensamento; ou seja, o pensamento é uma energia capaz agir sobre a matéria transformando a realidade de um tecido orgânico debilitado, paralisado, atrofiado ou semi-morto. Eis aí a explicação para os milagres e também para o efeito placebo, aqueles "remédios de farinha" que "curam". Por tudo isso, o princípio do mentalismo é considerado chave-mestra do grande segredo da magia e dos mais intrigantes mistérios da fé. Meditemos...
No século XIX, Eliphas Levi [Alphonse Louis Constant, 1810-1875], ocultista francês, escreveu em Dogma e Ritual da Alta Magia:
Toda forma é véu de um verbo, porque a idéia, mãe do verbo, é a única razão de ser das formas. ...A forma é proporcional à idéia... A imaginação ...que os cabalistas chamam o diáfano, o translúcido... é como o olho da alma e é nela que as formas se desenham e se conservam... É por ela [imaginação] que curamos as doenças. que influímos sobre as estações, que afastamos a morte dos vivos e ressuscitamos os mortos, porque é ela que exalta a vontade e lhe dá o domínio sobre o agente universal [LEVI, 1993 p 77-78].
Em Thought Forms [1901], escrito por Leadbeater em parceria com a também teósofa Annie Besant, são apresentadas ilustrações representativas de formas-pensamento, "entidades" criadas por pensamentos; pensamentos estimulados, desencadeados por diferentes tipos de estímulos: os emocionados irracionais, os prazeres intelectuais e espirituais. Nas figuras acima, temos em 1. Forma-pensamento emergente de pensamento de auto renúncia [caridade, compaixão] ─ 2. Forma pensamento resultante de um prazer intelectual ─ 3. Forma-pensamento, uma quase "entidade" agregada pelos pensamentos inspirados em uma inveja intensa, constante ─ 4. A forma-pensamento da solidariedade, da disposição para acolher e ajudar.
Estas Formas, emanam e gravitam em torno das pessoas. É um fenômeno que os ocultistas compreendem como emanação natural da substância energética "Pensamento". Os sentidos físicos não podem percebê-las porém, alegam os cientistas do ocultismo que pessoas dotadas de faculdades extra-senhoriais desenvolvidas, os clarividentes, podem observar, perceber corriqueiramente estas "formações", no dia-a-dia, nos ambientes comuns, ruas, escritórios, residências. O estudo comparativo das formas observadas permitiu, ao menos para Leadbeater e Besant, a compreensão do significado dessas formas. VEJA MAIS FORMAS-PENSAMENTO & SIGNIFICADOS EM Thought Forms by Annie Besant and C. W. Leadbeater.
O teósofo Charles Webster Leadbeater [1854-1934] escreveu muito sobre o mentalismo: em 1901, publicou Thought Forms [Formas-Pensamento] em parceria com Annie Besant; em 1913, destacou o tema em passagens do livro The Hidden Side Of Things [O Lado Oculto das Coisas]. Os textos de Leadbeater contribuem significativamente para esclarecer o princípio do mentalismo, popularizando o conceito de formas-pensamento.
O pensamento é uma "força vibratória" que atua sobre matérias sutis e invisíveis aos sentidos físicos. Leadbeater distingue dois tipos dessas matérias sutis sobre as quais o pensamento atua modelando formas: a matéria mental, agregada por pensamentos nascidos do entendimento [seja o entendimento correto ou equivocado]; a matéria astral, agregada pelos pensamentos gerados por sentimentos, sejam sentimentos nobres ou ignóbeis.
No mundo astral [o homem] constrói ao redor de si um verdadeiro traje com os sentimentos que lhe são comuns e no mundo mental [ou espiritual, para espiritualista/espíritas] um traje análogo aos pensamentos que alimenta. ...Os nossos sentimentos e pensamentos geram formas-pensamento definidas na sua respectiva matéria... Tais formas SEGUEM os pensamentos e sentimentos que as geraram.
Todo homem constrói para si mesmo uma concha de forma-pensamento... Todos os pensamentos e sentimentos reagem constantemente sobre o próprio homem. Ele os gerou; ele os tirou de si... [Esses pensamentos e sentimentos] situam-se agora exteriormente... Pairando à sua volta [daquele pensa, pensou, sente, sentiu]... Parecem vir de fora... [O homem] as considera [certas idéias] como tentações procedentes de alguma fonte exterior quando o pensamento é um reflexo do seu próprio pensamento da véspera ou da semana passada. "Como pensa o homem, assim ele é" [LEADBEATER, 2000 ].
Formas-Pensamento & Auto-Ajuda
google_protectAndRun("ads_core.google_render_ad", google_handleError, google_render_ad); A teoria das Formas-Pensamento pode explicar alguns fenômenos que são classificados como sobrenaturais ou fruto de alguma operação mágica tais como: curas "milagrosas" de doenças do corpo e da mente, clarividência, aparições de fantasmas, formação de campos de força protetores [escudos conchas] ou mesmo de verdadeiras entidades metafísicas, sejam "encostos" [demônios, "espíritos"] causadores de obsessões, seja o "Anjo da Guarda" que "acompanha" algumas pessoas.
Curas ─ O advento do "movimento da nova era", cujas raízes se encontram nas longínquas décadas de 1950 e 1960, caracterizou-se por uma busca cultural voltada para o resgate de valores místicos e espirituais, talvez como forma de compensação ou freio para as tensões da chamada "vida moderna"; um estilo de vida vertiginoso repleto de compromissos e ameaças: a burocracia do trabalho nas metrópoles com sua montanhas de números e papéis, a lógica da produção e do consumo de massa com sua esmagadora solicitação pelo novo, os avanços da ciência criando novas fronteiras de conhecimento a desbravar, tudo isso misturado com os velhos hábitos dos conflitos políticos, econômicos e religiosos que alimentam a miséria e a guerra apocalíptica, equipada com as armas do fim do mundo. Na década de 1970, a juventude "hippie" comentava que o mundo jamais seria o mesmo depois de Hiroshima e Nagasaki: é que pela primeira vez a Humanidade se dava conta de que é efetivamente capaz de destruir a si mesma. Eram os herdeiros da Bomba!
Nesse contexto floresceu e ainda se mantém com fôlego a literatura de auto-ajuda fortemente influenciada pelas doutrinas de auto-controle e auto-conhecimento preservadas no Oriente. A Índia especialmente, exercia enorme fascínio sobre as pessoas, que viam seus ídolos do disco e da TV cruzando o mundo para passar uma temporada com um guru. Gurus que se estabeleceram nos países europeus e nos Estados Unidos. Logo, os ocidentais se apropriavam das tradições não só dos indianos, mas também dos chineses, japoneses e egípcios.
Apesar desse orientalismo, um livro básico da auto-ajuda, datado da década e 1930, tem autoria atribuída a uma misteriosa figura que brilhou nas cortes européias e que passou à posteridade com seu nome Ocidental, embora conste de sua biografia [ou biografias!], de muitas vidas, que também encarnou no Oriente: trata-se do Conde de Saint-Germain, suposto autor de A Presença Mágica Eu Sou ou Livro de Ouro de Saint-Germain.
Doutrina do "Eu Sou" ─ O ensinamento central da doutrina do Eu Sou consiste na admissão da divindade no Homem através do reconhecimento da realidade única e última de todas as coisas: de que o "nome" incompreensível de Deus é, como foi revelado à Moisés no Monte Sinai, "Eu sou". Deste modo, todo Ser individualizado na auto-consciência, que se afirma existente dizendo "Eu sou", é manifestação de Deus dotada dos mesmos poderes criativos e transformadores que caracterizam o Criador de Todas as Coisas. Considerando a tradição de todas as escrituras sagradas segundo as quais Deus cria a partir do pensamento expressado no Verbo [Palavra], resulta que o Homem, sendo análogo a Deus, também pode criar e transformar sua realidade usando pensamento e palavra.
"Eu Sou" é a atividade da vida. É inacreditável como os estudantes mais sinceros nem sempre chegam a captar o verdadeiro significado destas duas palavras! Quando dizeis "Eu Sou”, sentindo profundamente, contatais a Fonte da Vida Eterna... "Eu sou" é a plena atividade de Deus... Quero que compreendais que a primeira expressão de todo ser individualizado, em qualquer lugar do Universo, seja em pensamento, sentimento ou palavra, é “Eu Sou”, reconhecendo, assim, Sua própria vitoriosa divindade. O estudante que busca, ao tentar compreender e aplicar estas poderosas leis, tem que manter estrita vigilância sobre seus pensamentos e atitudes. Porque, quando se pensa ou diz: “Não Sou”, “Não Posso” ou “Não Tenho”, está sufocando a Magna Presença Interna.
Quando alguém faz uma declaração de “não ser”, “não ter” ou “não poder”, coloca em movimento a energia ilimitada, que continua atuando, até que seja anulada e transmutada sua ação. Isto mostra o enorme poder que tendes para qualificar, ordenar e determinar a forma em que desejais que atue a Grande Energia de Deus.
Amado discípulo, quando dizeis: “eu estou enfermo”, deliberadamente inverteis a perfeição que contém o processo vital. ...Suplico, em nome de Deus, que cada vez em que vos encontreis dizendo que estais doente, pobre ou em situações adversas, instantaneamente invertais esta condição fatal, declarando mentalmente, com toda a intensidade de vosso “Eu Sou”, que tens saúde, opulência, felicidade, paz e perfeição. ...Quando qualquer condição imperfeita aparecer em vossa experiência, declarai veementemente, que não é verdade; que aceitais, somente a Deus e à Perfeição, em tua vida. [LIVRO DE OURO DE SAINT-GERMAIN]
O autor do Livro de Ouro faz questão de esclarecer que a doutrina do Eu Sou não é um mero "orientalismo", um modismo exótico; ao contrário, "é o mais alto Princípio da Vida, usado e expressado através de todas as civilizações". Como no antigo Egito, onde esse princípio foi preservado como Mentalismo; e na Índia, com a concepção budista-bramânica da realidade Maya ─ mayávica, ilusória, no sentido de que tudo no Universo é criação mental de um Pensador e seu Pensamento-Matriz ─ Deus [Atmã]. Enquanto o Livro de Ouro assume a origem milenar de seu ensinamento, estudos pós-modernos declaram o surgimento de uma nova ciência da mente, métodos, técnicas de "reprogramação" e controle do pensamento. O princípio do mentalismo é reapresentado em novas roupagens.
Conceitos de magia e mistérios religiosos são reinterpretados [e renomeados] à luz da psicologia, psiquiatria, bioenergética [como energias emitidas e captadas pelos seres vivos], cibernética [lógica dos sistemas] e física quântica [mundo subatômico, física de partículas]. Esse encontro da ciência do objetivo com a ciência do subjetivo [ocultismo, religião] é chamado de ciência holística [de holos = todo], porque considera, na análise de um fenômeno, o Todo da realidade, incluindo as "forças ocultas"; e entre essas "forças ocultas" a mais poderosa de todas é o pensamento humano.
Dianética ─ Em 1950, Lafayette Ronald Hubbard [1911-1986], norte-americano de Nebraska, um ex-estudante de engenharia, interessado em física molecular e atômica, escritor de ficção científica, criou a ciência e a terapêutica da Dianética, um conjunto de teorias e práticas sobre a relação entre espírito, mente e corpo e sua influência nos processos existenciais que dão origem às doenças físicas, psicológicas e psíquicas. Dianética, do grego dia = através nous = mente, significa "através da mente" ou como está explicado no site Dianética Brasil, "o que a alma está fazendo ao corpo". No contexto de sua aplicação terapêutica diz respeito ao modo como uma doença se manifesta a partir de uma determinação mental, do pensamento do doente. Para a Dianética, a doença é sempre, antes de tudo, mental; mais uma vez, o mentalismo de Hermes, o Três Vezes Grande.
Hubbard distinguiu duas dimensões da mente humana: a consciente ou analítica e a mente reativa. A mente consciente tem um mecanismo que bloqueia [mas não destrói] a percepção e a memória objetiva das experiências muito dolorosas, que traumatizam corpo e alma. Esses registros, chamados engramas [massas mentais] na Dianética, as "memórias negativas" não desaparecem; ficam ocultos e latentes, "armazenados" na mente reativa [o velho inconsciente ou Superego de Freud], que é um mecanismo de estímulo-resposta e origem de pensamentos aparentemente irracionais que causam a maioria das doenças. A Dianética admite ainda que algumas "memórias negativas" ─ engramas ─ podem ter origem em vidas passadas.
Tais pensamentos, que são negativos e funcionam como "comandos pós-hipnóticos", brotam na consciência como se viessem do nada; como reação instintiva diante de lembranças inconscientes que podem ser desde uma cena inteira até uma simples palavra. Entre as doenças causadas pelas lembranças funestas e silenciosas da mente reativa Hubbard relaciona: artrite, bursite, asma, alergias, problemas coronários, pressão alta, miopia, indisposição gástrica, psicose maníaco depressiva. A cura consiste no esvaziamento da mente reativa, destruição dos registros que desencadeiam a reação patológica, processo chamado de "limpeza" no qual o engrama é identificado e "dissipado".
L.R. Hubbard começou suas pesquisas muito antes da publicação de Dianetics: The Modern Science of Mental Health, maio de 1950. Na adolescência, conheceu a psicanálise freudiana. Entre 1927 e 1929, antes dos 20 anos, portanto, já enriquecia sua biografia com uma viagem ao extremo oriente, China, Índia, Tibete, onde estudou com "homens santos" e, supostamente, foi admitido como lama! Em 1930, iniciou-se, ainda que precariamente, pois não concluiu os cursos, nas ciências físicas e matemáticas, na Universidade e depois da Segunda Guerra Mundial, a partir de 1946, envolveu-se com a magia thelemica de Aleister Crowley. Hubbard fundou a Igreja da Cientologia em 1952...
Programação Neurolingüística ─ Em 1973 surgiu a Programação Neurolingüística, a PNL, concebida por Richard Bandler e John Grinder como um conjunto de técnicas que trabalham a interação entre mente, linguagem e corpo a fim de modificar ou corrigir a percepção do mundo através da reprogramação dos padrões de pensamento. Utilizando técnicas de meditação e hipnóticas, produzindo estados alterados de consciência, o transe, o objetivo é desprogramar os pensamentos negativos, que geram comportamentos negativos e substituí-los por uma nova programação de idéias positivas. Novamente, uma reinvenção do controle dos pensamentos pregado a milênios pelos mestres da magia.
A programação neurolingüíntica, trabalha com a idéia o homem percebe o mundo e a si mesmo, inclusive fisicamente, de acordo com seus condicionamentos mentais, com a sua programação. A programação é implantada na mente por meio da linguagem: as palavras faladas, cantadas ou escritas e as imagens que se tornam referência de cada experiência "sofrida", as boas e as ruins. O programa evoca comportamentos recorrentes, condicionados diante de situações análogas e desmistifica-os, desconstrói sua lógica substituindo-a por uma nova postura de enfrentamento das situações.
A essência da neurolingüística é a mesma da Dianética e da doutrina do Eu Sou: transformação da realidade através do pensamento positivo, uma receita clássica do Mentalismo. O que na Dianética é limpar a mente [Clear], na Neurolingüística é desprogramar, nas ciências ocultas é o "conhecer a si mesmo" e educar a mente na arte e na ciência do Querer ─ controle dos pensamentos e da Vontade, meta que os chamados Iniciados alcançam por meio de exercícios e disciplinas como ─ ioga e meditação, mas também respiração ritmada e prática da "imaginação", como criação e projeção de imagens mentais; técnicas, métodos que os terapeutas ocidentais vêm utilizando com seus pacientes devidamente adaptadas para o entendimento nos padrões da cultura ocidental.
Você Pode Curar Sua Vida ─ Em 1984, a norte americana Louise Hay [n. 1926] publicou You Can Heal Your Life [Voce Pode Curar Sua Vida], livro clássico de auto-ajuda que trata da cura e/ou solução de todo tipo de problema, das doenças incuráveis à inadimplência financeira, sempre através da repetição de idéias positivas partindo pré-suposto de que o pensamento tem poder de modificar qualquer situação.
Na introdução do livro a autora relaciona alguns pontos daquilo que apresenta como a "filosofia dela", que na verdade é a doutrina do mentalismo mil vezes reprocessada, exposta por vias discursivas indiretas, muito apropriada para leigos, em uma linguagem o mais didática possível. O mérito da obra é disponibilizar um método de aplicação prática do mentalismo que não tem a pretensão de reconhecimento de status de ciência, nova ou novíssima ciência, dispensando as explicações complexas e ostentação de neologismos pseudocientíficos. Apenas traça um programa disciplinar de exercícios mentais voltados para a atenção, observação, análise e escolha dos pensamentos.
A formação filosófica e terapêutica de Louise Hay passa pela First Church of Religious Science [Primeira Igreja de Ciência Religiosa], em Nova Iorque, que prega o "poder transformador do pensamento", e pela Meditação Transcendental segundo Maharishi Mahesh Yogi, na Universidade do guru em Fairfield, Iowa. Como boa parte dos livros de auto-ajuda, para apresentar o método, Você Pode Curar Sua Vida recorre ao relato de casos, curas e superação de dificuldades mundanas.
Todo esforço da terapia de Hay se concentra na disciplina de repetição de pensamentos positivos que vão anular conceitos e concepções derrotistas, autodepreciativas, semeadas na auto-percepção da pessoa desde a mais tenra idade e enraizadas, cristalizadas ao longo da vida. O propósito da disciplina de repetição é recondicionar a mente desenvolvendo a habilidade de controlar o próprio fluxo de pensamentos.
REPETIR PARA TRANSFORMAR: A repetição é uma técnica milenar de condicionamento mental. São exemplos históricos: os mantras hinduístas e budistas; a dança dos dervixes, na Arábia mística, repetição de música e movimentos giratórios; os Terços católicos cuja sessão mínima é composta de 66 fórmulas repetidas de cindo tipos de orações; o Terço inteiro agrega 330 orações das quais, 250 são Ave-Marias... Todas essas práticas, que envolvem palavra, sons ritmados, respiração ritmada, são feitas "na intenção" de obter "graças", realizar propósitos. Os mantras, as rezas, as danças, colaboram para induzir a fixação do pensamento nas camadas mais profundas da mente [seja o inconsciente, Superego, mente reativa, a Divindade Latente no Homem ou Eu Superior] em uma idéia escolhida, determinada.
A disciplina da repetição é, portanto, um exercício de recondicionamento da produção de pensamentos através de um processo que promete propiciar ao praticante o controle sobre a qualidade destes pensamentos. Reconhecendo o pensamento como origem e força transformadora da realidade, Louise Hay afirma: "Cada pensamento que temos está criando o nosso futuro... O que pensamos sobre nós torna-se realidade para nós... Nossa mente subconsciente aceita tudo que escolhemos para acreditar". O presente é uma oportunidade constante de modificar o porvir: "O ponto de poder está sempre no momento presente" [HAY, 1999].
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IMAGINAÇÃO
Uma vez que se admita o pensamento como força produtora de seres metafísicos e agente de alterações orgânicas e mecânicas [como na telecinese, por exemplo] resta saber como o pensamento atua para: 1. criar formas-pensamento, que são entidades feitas de matéria astral e/ou mental; 2. como o pensamento pode transformar formas físicas [matéria densa] operando curas, que são criação, ativação ou regeneração de tecidos, no caso de males do corpo, e descondicionando padrões de comportamento ou de auto-percepção, nos males do espírito.
Os ocultistas ensinam que na criação de seres metafísicos, o pensamento "aglutina" matéria astral ou mental que constituem entidades que podem ser um anjo da guarda, um "encosto" [uma personificação do ódio, por exemplo], um "diabo" ou uma Legião deles. Esta fantástica operação é feita através da atividade mental chamada Imaginação. Sim, a Imaginação, esta faculdade que parece tão inocente e sem importância prática [fora do âmbito da arte] é, na verdade, extremamente poderosa para o bem e para o mal.
Sobre a Imaginação Eliphas Levi comenta:
A inteligência e a vontade do homem são instrumentos de um valor e de uma força incalculáveis. Mas a inteligência tem por auxiliar e por instrumento uma faculdade muito pouco conhecida e cuja onipotência pertence exclusivamente ao domínio da magia: quero falar da imaginação... A imaginação determina a forma da criança no ventre materno e fixa o destino dos homens; ela dá asas ao contágio e dirige as armas na guerra. Estais em perigo numa batalha? Crede-vos invulnerável como Aquiles e o sereis... O medo atrai os pelouros [projéteis de arma de fogo], e a coragem faz retroceder as balas... O visível é a manifestação do invisível [LEVI, 1993 p 78-79].
Eliphas Levi e ocultistas outros, de todos os tempos e lugares, fazem questão de enfatizar o extraordinário poder da Imaginação e a importância da "atividade imaginativa" no quadro geral das faculdades mentais. Imaginação é, "plano" do pensamento que "constrói imagens", figurativisa idéias ─ ou seja, representa idéias, "na mente", através de figuras, isoladas combinadas, elabora de cenas inteiras ou simplesmente associa um pensamento, idéia, abstração a determinado símbolo.
Note-se que a educação tradicional ocupa-se muito do raciocínio, da acumulação de conhecimentos e do fortalecimento da memória consciente. Os ocultistas alertam que educar a Imaginação significa ir além: é assumir o controle da mais extraordinária das capacidades mentais [sem a qual as outras seriam inoperantes].
Sem educação, a Imaginação somente funciona: 1. no nível subconsciente [ou inconsciente] onde, não raro, se concentra em idéias perniciosas [para o pensador e pessoas de seu convívio]; 2. no nível consciente quando solicitada para tarefas mundanas e imediatistas: criar um texto, um quadro, uma campanha publicitária, um novo método de organização empresarial. Essas "coisas" são nada diante do poder da Imaginação educada, submissa à Vontade, servindo às necessidades vitais do Ser humano. É a Imaginação ou pensamento imaginativo que cria as Formas-Pensamento e confere status de realidade aos pensamentos Trans-formativos [modificadores de formas existentes].
Paracelso, [1493-1541], Philippus Theophrastus Aureolus Bombastus von Hohenheim, alquimista, médico, astrólogo, ocultista e profeta, reconhecia cinco causas de doenças:
1. Astrais: são "atos de deus" ou acidentes, como as epidemias, enchentes, fome, terremotos etc.. Note-se que para Paracelso o "Astral" está ligado ao "Destino" macrocósmico.
2. Carnais [Venale, do ser corruptível, a carne]: resultam de "envenenamento" por substâncias impuras. Alimentos, drogas, tóxicos, fumos e comportamentos contrários às necessidades do corpo físico [sedentarismo, sono irregular etc.].
3. Naturais-físicas: são produzidas por comportamentos que são "contra a Natureza humana". Egoísmo/egocentrismo, desonestidade, todos os sete pecados mortais, os hábitos de vida destrutivos, isso tudo aliado ao processo de envelhecimento.
4. Espirituais: são doenças psicológicas, ligadas ás idéias fixas ou emoções fortes, constantes, obsessivas; doenças ligadas ao desejo e à Vontade deseducada. São as doenças psicossomáticas e, segundo Paracelso, demonstram "falta de fé".
5. Cármicas: é o destino microcósmico, de cada pessoa. "Aquilo que você semeia, é aquilo que você colhe. Toda doença [em última instância] é o efeito de uma causa pré-existente criada nesta vida [causa natural] ou criada durante uma existência anterior" [causa espiritual]. As doenças cármicas, em geral, são de origem espiritual. PARACHEMICA, 1978
IMAGENS: ESQ. Memorial a Paracelso, em Salzburg ─ Áustria. No MEIO, página-título do Tratado Médico-Químico de Paracelso, publicado em Frankfurt, 1605. DIR. Uma representação simples, objetiva, da constituição do Ser humano. Essa constituição, física e metafísica é, tradicionalmente setenária ou seja, dizem os ocultistas que o homem tem sete corpos ou "seres" em um: 1. Corpo Físico, o animal; 2. Alma animal [física]; 3. Corpo Astral; 4. Alma Astral, vitalidade em si mesma, vegetativa-mineral; 5. Espírito, o Ser verdadeiro, Eu Verdadeiro; 6. Corpo do Espírito, o veículo da Individualidade; 7. O misterioso ATMA... A energia-manifestação de Deus que habita o Espírito do Homem.
PAPUS: Outro mestre da Alta Magia Ocidental, Gerard Anacelet Vincent Encausse, o Papus, [Espanha/França, 1865-1916] e, antes dele, Paracelso, identificaram o "inconsciente" com o corpo astral, que vive e age por meio do fluido astral, "geralmente luminoso" [Papus, 1995]. Segundo Papus, o corpo físico nasce/surge, configura-se, desenvolve-se, mantém-se e recupera-se [de eventuais danos] a partir de sua matriz formativa de natureza astral; e a matéria astral é extremamente influenciável pelo pensamento.
No organismo humano o corpo e o espírito são os extremos e o princípio intermediário [corpo astral, mediador plástico] ...transforma o conjunto em um organismo equilibrado [PAPUS, 1995 - p 62].
[A luz astral é o intermediário universal da criação]. Cada organismo individualiza uma porção desta luz astral a qual, condensada em seus centros nervosos [do organismo], torna-se o corpo astral desse organismo e desenvolve as formas materiais do mesmo. ...Aqueles que estão ao corrente da Ciência Oculta sabem que toda realização sobre o plano físico é o produto da ação do plano astral sobre a matéria. ...A natureza é dupla: física e astral [e, considerando o plano 'espiritual', tripla"]... Pelo andar e pelo gesto, o homem age principalmente sobre a natureza física; pela palavra [pensamento] e pelo olhar, sobre a natureza astral [PAPUS, 1995 - p 95, 108,110].
Falando de luz astral [que é matéria] e corpo astral, Papus, indiretamente, esclarece alguns aspectos do Mentalismo. Fica claro que para as Ciências Ocultas a idéia precede a forma [um princípio ensinado pelo grego Platão]; o "molde" de matéria astral precede e orienta o "surgimento" [manifestação] e a evolução [sustento], a biografia mesma da "vida" do corpo físico.
A ação do homem sobre a Natureza mas, também, sobre o cotidiano e, sobretudo, sobre si mesmo, deve considerar a realidade da "Natureza Astral" do mundo e em si mesmo. É necessário sempre lembrar que essa natureza astral é essencialmente condicionável e condicionada. O homem pode agir, eficientemente, usando o pensamento educado, sobre a dinâmica do seu dia a dia e sobre o seu organismo AGINDO DIRETAMENTE sobre a matriz de todas essas coisas que parecem tão banais, inevitáveis e fora de controle: AGINDO SOBRE a matriz que é a natureza astral.
A natureza astral é como um ser dentro do ser. Importa sabe r que este Ser é obediente suscetível às sugestões do pensamento repetido em processo de meditação. O "astral" é moldado pela disciplina das idéias e das práticas, atitudes simbólicas e também objetivas, construtivas, que favoreçam as metas que se tem em vista. Isto, a simbologia dos gestos, e não os rituais teatrais, mas a simbologia das atitudes no dia-a-dia, isto é segredo de magia... Vontade definida, firme, ativa e persistente.
RESSONÂNCIA MÓRFICA
A Teoria da Ressonância Mórfica fala da ação de campos energéticos MENTAIS geradores e mantenedores dos padrões das formas físicas-bioquímicas dos seres e dos padrões de organização das sociedades e comportamentos grupos de indivíduos. Esta teoria foi elaborada pelo biólogo britânico Rupert Sheldrake [1942...], autor de A New Science of Life: the hypothesis of formative causation [Uma Nova Ciência da Vida: A Hipótese da Causação Formativa] ─ 1981; The Presence of the Past: morphic resonance and the habits of nature [A Presença do Passado: Ressonância Mórfica e Hábitos da Natureza] ─ 1982 e o mais conhecido no Brasil Dogs that Know When Their Owners are Coming Home: and other unexplained powers of animals [Cães Sabem Quando Seus Donos Estão Chegando] ─ 1999.
Estudando a "causa das formas" nos organismos, Sheldrake se viu na circunstância de ter de ampliar suas fontes de pesquisa para responder à questão: Qual é causa das formas? Em busca de uma explicação o cientista enveredou pelos caminhos da física [campos: de energia, eletromagnéticos, de informação], psicologia ocidental e oriental, psiquiatria, neurologia.
A hipótese da causação formativa, que é base do meu próprio trabalho, surgiu de investigações sobre a forma biológica, a forma dos seres vivos. Dentro da biologia, tem havido uma longa discussão sobre como entender o modo de desenvolvimento embrionário. Como crescem as plantas a partir das sementes? Como se desenvolve um embrião a partir de um óvulo fertilizado? ...Ora, como pode a não-forma conter a forma ou da não-forma emergir a forma? Onde estavam as estruturas antes de se manifestarem na forma final de qualquer ser?
A questão do desenvolvimento biológico - da lógica do desenvolvimento dos seres vivos - a questão da morfogênese é, atualmente, uma discussão aberta, tema de muito interesse. A alternativa para a teoria mecanicista-reducionista começou a se delinear nos anos de 1920 com a idéia dos campos morfogenéticos (modeladores da forma). De acordo com a teoria, o crescimento dos organismos é modelado pela ação de "campos" onipresentes, que permeiam os seres vivos, campos que "contêm" a forma do organismo. É uma idéia que se aproxima das tradições da antigüidade clássica, como o pensamento aristotélico e outras.
Os platônicos dizem que as formas são manifestações de arquétipos (modelos ideais, em uma realidade metafísica); se existe o carvalho é porque existe uma forma-arquetípica-carvalho... Os aristotélicos acreditam que cada tipo de ser tem seu próprio tipo de alma e a alma determina a forma do corpo. O corpo está dentro da alma e não a alma, dentro do corpo. A alma confere a forma do corpo e o envolve imprimindo as diretrizes do desenvolvimento físico [SHELDRAKE, 1987-I].
Sobre ressonância mórfica e tradições socio-culturais, escreve Sheldrake:
Em todo o mundo, os atos rituais obedecem a fórmulas: movimentos, gestos, palavras, músicas. Um mesmo padrão, vigente em um país ou região, é conhecido e repetido por qualquer praticante familiarizado com o ritual. A repetição institui, re-institui, preserva a fórmula que foi elaborada em um passado distante... Se a ressonância mórfica atua como eu penso, o ritual repetido, conservador de simbolismos e crenças, pode criar as condições propícias à excitação de um campo mórfico que influencia todos os participantes do ritual e todos os que por qualquer experiência idiossincrática adquiriu certa empatia com os significados das cerimônias. A sobrevivência destes rituais em todas as culturas do mundo poderia ser interpretada como decorrência de um sistema de conexões estabelecidas por ressonância. Os rituais "co-memorativos"6, que propõem uma re-ligação com ancestrais, poderiam, então, de fato, produzir uma comunicação transcendental, uma conexão com o passado, em todos os sentidos.
Sob a perspectiva da teoria da ressonância mórfica vários aspectos religiosos podem apresentar novos significados. Considere-se, por exemplo, o uso dos mantras nas tradições orientais. Os mantras são sons vocalizados (fonemas) sagrados ou palavras que freqüentemente não possuem um significado objetivo. O mais conhecido dos mantras é o indiano OM. Um mantra cristão e, de fato, também é um mantra entre judeus e muçulmanos, é AMEN, que significa, literalmente, "Assim seja", expressão que uma vez adotada foi impregnada de um alto valor como mantra. A forma original, AMEN, é um mantra extremamente poderoso. O "Amen" sobrevive; é um dito que finaliza hinos e orações cristãos embora muitas pessoas não se dêem conta da importância daquele "Amen" tantas vezes repetido [SHELDRAKE, 1987-II].
O pesquisador acredita que todos os organismos são "sintonizados" e "sintonizáveis", como rádios e aparelhos de televisão, com "campos de informação" que orientam as "evoluções", no sentido de movimentos, o rumo "que as coisas tomam na vida" dos seres nas dimensões orgânica e comportamental [psicológico-individual-social] da existência.
Os campos, que são de uma energia que Sheldrake, reconhece, não sabe definir de tipo seja, estes campos e neles, agindo através de "ressonância" ou vibração [emissão de ondas, freqüência e comprimento de ondas], os Pensamentos, provocam e conduzem não somente o surgimento o surgimento e a conservação das formas físicas dos seres mas, também, propiciam a formação, a transformação e o compartilhamento de padrões de comportamento.
Os campos mórficos de aspectos da realidade, formas e condutas, têm de ressonância [receptividade] diferentes. Formam-se e extinguem-se continuamente, podem atuar por milênios [como os padrões de conduta e crenças pregados pelas grandes religiões] ou podem desaparecer, decair em pouco tempo, como nas febres da moda que duram somente uma estação. Sheldrake sugere uma espécie de"seleção natural" dos "campos eficientes" em dadas circunstâncias.
PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO: A realidade é, portanto, matéria [energia] organizada [agregada] pela força vibratória de campos de informação! Campos, redes onipresentes invisíveis, intangíveis, metafísicas e, evidentemente, mentais. Campos, dimensões matriciais da realidade que nasce do Pensamento. Em última instância, Sheldrake também repete o Mentalismo: a causa das formas e de todas as coisas é mental. Resta encontrar "o Pensador" primordial e, neste ponto, não se pode deixar de encontrar esta figura tão inevitável cujo nome adequado é perda de tempo especular... Deus. Sheldrake vai além do Primeiro Princípio da verdade, o Mentalismo e avança para o Segundo Princípio: quando supõe a causa formativa como resultante de ressonância mórfica diz, em outras palavras, que a forma e também as condutas, são definidos por "vibração"; e este é o Segundo Princípio da Verdade Hermética:
Nada está parado; tudo se move; tudo vibra... Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala.
Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo está em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que também variam em graus de vibração);nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações), e também nos planos espirituais.
O conhecimento deste Princípio, com as fórmulas apropriadas, permite ao estudante hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros. Só os Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. "Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder", diz um escritor antigo [CAIBALION].
Todo pensamento formulado, e tanto mais se reforçado pela sua tradução em palavra, produz uma vibração que age sobre a matéria, interfere na realidade, seja agregando ou dispersando "entidades mentais", seja como informação que alcança outras mentes em estado de recepção favorável. Por isso, a lógica de atração dos opostos, que serve muito bem nos fenômenos da eletricidade e das ligações atômicas, na biologia física de Sheldrake, não funciona. No universo metafísico tal como nas "operações mágicas", é o contrário que acontece: semelhante atrai semelhante ou, na linguagem dos livros de auto-ajuda, "pensamento positivo atrai coisas positivas"...
Em todas as teorias apresentadas até aqui, psiquiátricas, psicológicas, bio-psico-físicas, esotérico-psicanalistas ou, ainda, francamente ocultistas, em todas essas herdeiras do Mentalismo a mesma idéia está no centro das hipóteses: padrões de pensamento, sejam memórias do passado remoto ou recente são, "de alguma maneira", agentes de formação e transformação de realidades bem objetivas: a formação do organismo do bebê no ventre materno, as doenças do corpo ao longo da vida, os reveses da "sorte", mas também a boa saúde, a prosperidade, o destino, enfim, de seres humanos e sociedades. Todas estas coisas, eventos tão importantes quanto triviais, podem ser "dirigidos" por meio da força do pensamento.
Dianética, Neurolingüística, os ensinamentos quase profanos do Iluminado Saint Germain, afirmando a divindade no homem, os gurus ocidentais "tipicamente norte-americanos", o mitológico e desconhecido autor do Caibalion, cientistas como Rupert Sheldrake, Jesus Cristo, quando disse: "Sois deuses.." ─ e também, "O mal é o que sai da boca do homem" ─ [palavra, pensamento]... E os brâmanes hindus e os budistas, na Índia, na China, no Japão, no Tibete, ensinando durante milênios: "Tudo e maya", mera ilusão, imaginação, pensamento! "A vida é um sonho dentro do sonho"...
Toda essa sabedoria de todos os sábios de todos os tempos e lugares têm repetido, entre metáforas e frases bem diretas: todas as coisas são Pensamento. Por isso a mensagem de todas essas escolas filosófico-religiosas e, atualmente, também as científicas, acadêmicas, é a mesma: cuidar da educação da mente é uma prioridade para a evolução da Humanidade; é, possivelmente, a tendência natural da criatura humana. A qualidade de vida somente pode melhorar de "modo sustentável" [durável] se melhorar em sua origem: o pensamento.
Fórmula simples de ser enunciada porém difícil, muito difícil de ser executada. Porque a mente humana é um "cavalo doido", uma "casa da mãe-joana" receptora de todo tipo de impressões, assaltada incessantemente pela avalanche das informações, solicitações, expectativas, terrores e todo tipo de excitação psíquica e física [carnal, passional]. A "cabeça do homem" não tem paz e logo, ao invés de ser o dono de sua vida, o homem se torna escravo de "uma vida", freqüentemente, desagradável. Este é o homem dominado pelos pensamentos, os seus, próprios, e aqueles que ele nem sequer percebe de onde vieram. Este é o desequilíbrio. É o cavalo comandando o cavaleiro. O certo é exatamente o contrário: Homem domina pensamento, cavalo, submisso ao cavaleiro. Que as pessoas prestem mais atenção e vigiem bem os seus pensamentos e, escolhendo bem em quê, meditemos...
Fontes:
HAY, Louise L.. Você Pode Curar Sua Vida. [Trad. Evelyn Kay Massaro]. São Paulo: Best Seller/Círculo do Livro, 1999.
LEADBEATER, C.W.. O Lado Oculto das Coisas. [Trad. Raymundo Mendes Sobral]. São Paulo: Pensamento, 2000.
LEVI, Eliphas. Dogma e Ritural da Alta Magia. [Trad. Rosabis Camayasar]. São Paulo: Pensamento, 1993.
O Livro de Ouro de Saint Germain. In Biblioteca Eu Sou Luz ─ acessado em 04/06/2008.
PAPUS, Gerard Anacelet Vincent Encause. Tratado Elementar de Magia Prática. [Trad. E. P.]. São Paulo: Pensamento, 1995.
PARACHEMICA, 1978 - Journal of Hermetic Arts and Sciences, Astrology, Alchemy, Qabalah. Paracelsus' Five Causes of Disease. Australia, 1978. Acessado em 22/06/2008
SHELDRAKE, Rupert. I. Mind, Memory, and Archetype Morphic Resonance and the Collective Unconscious - Part I. [Trad. Ligia Cabús: Mente, memória, ressonância mórfica, arquétipos e inconsciente coletivo, 2003].
...................................II. Society, Spirit & Ritual: Morphic Resonance and the Collective Unconscious - Part II. [Trad. Ligia Cabús: Sociedade, espírito e ritual: ressonância mórfica e inconsciente coletivo, 2003]. IN www.sheldrake.org, 1987.
WIKIPEDIA. Dianetics ─ acessado em 05/05/2008.
.................. Dianetics: The Modern Science of Mental Health ─ acessado em 05/05/2008.
.................. L. Ron Hubbard ─ acessado em 05/05/2008.
.................. Programação Neurolingüística ─ acessado em 05/05/2008.
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