Em 1926, Kondratiev apresentou, na sua obra "As ondas longas da conjuntura", a hipótese da existência de ciclos longos, com base na análise de séries cronológicas de preços no atacado, de 1790 a 1920, dos Estados Unidos ---
Partindo de curvas empíricas, Kondratiev construiu curvas teóricas que, a seu ver, mostravam tendências seculares. Considerou ter encontrado dois ciclos longos e meio entre 1780 e 1920, anunciando que, quando escrevia, iniciava-se a fase descendente do terceiro ciclo. Propôs, em seguida, uma interpretação dessas curvas: "A base dos ciclos longos é o desgaste, a reposição e o incremento do fundo de bens de capital básicos, cuja produção exige investimentos enormes. (…) A reposição e o incremento desse fundo não é um processo contínuo. Realiza-se por saltos". Revela-se aí, uma possível explicação sua para origem desses ciclos econômicos ---
Ao longo da década de 1920 o trabalho de Kondratiev foi duramente criticado na União Soviética, pois a existência desses ciclos, com suas inflexões, enfraquecia a idéia de que o capitalismo rumava para uma grande crise, que seria a ante-sala do socialismo, como defendia a linha oficial do Partido Comunista encabeçada pelo economista oficialista Evgueni Varga --
O maior divulgador de Kondratiev e das ondas longas foi Joseph Schumpeter (Ciclos de Negócios). O próprio trata os ciclos de na maneira similar a Kondratiev, a partir da quebra do equilíbrio econômico, acrescentando apenas ser essa proporcionada pelo aparecimento da inovação, trazida pelo empreendedor capitalista. Os maiores divulgadores contemporâneos dos ciclos de Kondratiev são os neoschumpeterianos, especialmente os economistas Christopher Freeman e Carlota Perez--
Mais recentemente, autores neomarxistas, ligados a chamada Teoria do Sistema Mundo (Giovanni Arrighi, André Gunder Frank, Wallerstein e Theotonio dos Santos) e, em menor medidas nos da Escola da Regulação (ou teoria da regulação sistêmica). Esses autores tratam os ciclos de Kondratiev combinando com a ideia de desenvolvimento do sistema mundial capitalista.
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